‘Não busquei a fama’, diz ativista sobre foto para Playboy

Após passar dois meses presa na Rússia acusada de pirataria e depois vandalismo, a ativista Ana Paula Maciel decidiu aproveitar as oportunidades que têm surgido com a fama repentina. Isso se traduz numa foto de biquíni para a revista Playboy, que pode lhe render um ensaio fotográfico completo, com pagamento de cachê. “Eu não busquei […]

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Após passar dois meses presa na Rússia acusada de pirataria e depois vandalismo, a ativista Ana Paula Maciel decidiu aproveitar as oportunidades que têm surgido com a fama repentina. Isso se traduz numa foto de biquíni para a revista Playboy, que pode lhe render um ensaio fotográfico completo, com pagamento de cachê.

“Eu não busquei a fama, foi algo que aconteceu de forma espontânea. E essa oportunidade, assim como muitas outras, se abriram para mim por causa da repercussão que teve a prisão”, afirma. “É uma única foto que vai sair em folha dupla e, dependendo da repercussão que tiver, eu negociaria com a revista um ensaio completo com o pagamento de um cachê”, diz.

Segundo o diretor de redação da Playboy, Sergio Xavier Filho, as foto feitas no Paraná pelo fotógrafo André Sanseveriano ainda não chegaram às mãos dos editores para que recebam a palavra final sobre a publicação. Entretanto, ele se mostra esperançoso, dizendo que “ela é bonita, espero que dê certo”.

O caso de Ana Paula ganhou repercussão internacional e, nos dois meses em que esteve presa, já surgiam os rumores sobre um ensaio nu, que eram alvo de brincadeiras entre os ativistas presos com ela.

“Como esse rumor começou quando eu ainda estava em São Petersburgo, nós brincávamos sobre essa possibilidade e, naquele momento, todos eles com os quais eu falei me apoiaram, todos de nacionalidades diferentes e culturas diferentes, unanimemente”, afirma a ativista, dizendo que sua decisão é pessoal – não envolve o Greenpeace -, e também que isso não apaga tudo que fez no passado pela causa ambiental.

Indagada sobre a possibilidade de críticas de ativistas mais extremistas, Ana Paula diz que nunca teve uma postura muito radical em suas ideias, “acredito na ideia de Aristóteles, do caminho do meio (…) da flexibilidade. Com equilíbrio e respeito se vai muito mais longe. Não sou ativista radical, não sou vegetarianista radical, de nenhuma maneira. Na organização mesmo, meus amigos são pessoas, porque o Greenpeace é um nome, mas são as pessoas que fazem o que ela é… E quando todos buscam um caminho do meio para seguir em frente, todos acabam pensando mais ou menos como eu”.

Protesto e prisão

Ana Paula Maciel, outros 28 ativistas e dois jornalistas foram presos no dia 19 de setembro do ano passado durante um missão ao Ártico, em águas internacionais próximas à Rússia, quando tentaram subir numa plataforma da gigante petrolífera Gazprom. Os “30 do Ártico”, como ficaram conhecidos, militam contra a exploração do óleo negro no norte do planeta, mas foram detidos sob as acusações de pirataria e, posteriormente, de vandalismo. Em dezembro, uma ampla anistia aprovada pelo Parlamento de Moscou determinou a libertação do grupo, e os estrangeiros receberam autorização para deixar o país.

Inocentada pela Justiça russa, a gaúcha e outros tripulantes do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, foram notificados sobre o arquivamento do processo pelo qual tinham sido acusados de vandalismo.

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