Músico e jornalista, Lizoel Costa inovou no rádio e fez sucesso com músicas bem-humoradas

Na última quarta-feira (7) morreu, aos 58 anos, o músico e jornalista Lizoel Costa. Ele estava internado no Hospital Adventista do Pênfigo em Campo Grande com aneurisma cerebral. O músico nasceu em Campo Grande, mas morou por mais de 20 anos em São Paulo. Nos anos 1980 formou o grupo Língua de Trapo com os […]

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Na última quarta-feira (7) morreu, aos 58 anos, o músico e jornalista Lizoel Costa. Ele estava internado no Hospital Adventista do Pênfigo em Campo Grande com aneurisma cerebral.

O músico nasceu em Campo Grande, mas morou por mais de 20 anos em São Paulo. Nos anos 1980 formou o grupo Língua de Trapo com os colegas da faculdade de jornalismo Laerte Sarrumor, Guca Domenico, Luiz Domingues e Carlos Castelo. Embora não estivesse na formação inicial da banda, Lizoel Costa era colega de faculdade deles e se juntou ao grupo.

A banda surgiu durante a ditadura militar, na década de 1970 na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, ainda com o nome de “Laerte e seus Cúmplices”. Na década de 1980, o grupo mudou de nome para Língua de Trapo e começou a fazer shows maiores, sempre com músicas bem-humoradas e cheias de crítica à ditadura.

A banda ficou conhecida por misturar rock, samba e humor em suas performances. No total O Língua de Trapo lançou sete discos, o último deles em 2000, “Vinte e um anos na estrada”.

O músico também foi um dos fundadores da Rádio 104 FM e comandou o programa “Na Cadeira do DJ”, onde entrevistava artistas e personalidades e os entrevistados faziam a programação musical.

Segundo o jornalista Clayton Sales, amigo e companheiro de Lizoel por aproximadamente 10 anos na Rádio 104 FM, ele é o principal responsável pelo perfil da rádio se pautar pela música de qualidade, fora daquilo que é massificado pelas rádios comerciais, resgate de artistas importantes da MPB e internacionais.

O jornalista conta que Lizoel se preocupava com as informações que eram passadas para os ouvintes sobre os artistas. “É dele, por exemplo, a ideia e a ordem aos locutores (já que ele foi o primeiro gerente da rádio) para que eles falassem os nomes dos compositores ao anunciar as músicas que iriam tocar.”

Clayton Sales destaca ainda que o músico sempre fez questão de valorizar a música de Mato Grosso do Sul, em uma época em que não havia quase nada de CDs de artistas regionais lançados. “Ele mesmo digitalizava em CD os LPs que tinha, além de trazer todo seu acervo para usarmos na programação”.

Para Clayton Sales, se a Rádio 104 FM é reconhecida ao longo desses 19 anos como uma emissora realmente educativa, cultural e de qualidade, deve-se muito a Lizoel Costa. “Fico feliz por ter participado disso desde o início, afinal, foi Lizoel quem me trouxe para cá. Devo isso a ele também.”

”A sociedade perde uma grande mente, um homem de inteligência e cultura imensas, que ainda tinha muito o que contribuir, com sua visão critica e humor”, conclui Clayton Sales.

Lizoel Costa está sendo velado nesta sexta-feira (9) no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande.

Veja os vídeos da Língua de Trapo.

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