Mundial em que se esperava o caos termina como “Copa das Copas”, diz governo

A Copa do Mundo do Brasil terminou neste domingo com o título para a Alemanha e um balanço satisfatório para o governo, tendo como parâmetros a organização do torneio, o número de turistas, o número de ingressos vendidos e a exposição positiva da imagem do país no exterior, e sem as temidas manifestações e demoras […]

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A Copa do Mundo do Brasil terminou neste domingo com o título para a Alemanha e um balanço satisfatório para o governo, tendo como parâmetros a organização do torneio, o número de turistas, o número de ingressos vendidos e a exposição positiva da imagem do país no exterior, e sem as temidas manifestações e demoras nas obras que ameaçavam o evento antes de seu início.

Apesar do fracasso da seleção brasileira na busca pelo hexacampeonato, o sucesso na organização foi destacado no balanço final feito neste domingo por diferentes autoridades brasileiras, começando pela presidente Dilma Rousseff, que costuma dizer que a competição é a “Copa das Copas”.

“Os brasileiros guardam a emoção e a satisfação de ter organizado um evento muito bem-sucedido. Uma Copa que só não foi perfeita porque não conseguimos o sexto título”, afirmou a governante em mensagem divulgada neste domingo.

Manifestações e greves que se multiplicavam faltando poucos dias para a Copa, os avisos da Fifa sobre as obras atrasadas nos estádios, além dos problemas nos aeroportos, criavam a previsão de uma competição caótica. Impressão que foi divulgada por centenas de jornalistas estrangeiros em suas primeiras matérias no Brasil.

Mas os estádios, alguns entregues “aos 45 minutos do segundo tempo”, sediaram os jogos normalmente. Os aeroportos, apesar do forte aumento do número de passageiros, também funcionaram sem problemas e com taxas mínimas de atrasos ou cancelamentos, conforme também reportou a imprensa estrangeira após os 31 dias de competição.

As obras de mobilidade urbana construídas nas 12 sedes para facilitar o transporte dos torcedores garantiram o fluxo normal dos passageiros (apesar de algumas não terem saído do papel). Mas a maioria das cidades-sede declarou feriado nos dias de jogos para reduzir o trânsito de veículos.

Em entrevista concedida na sexta-feira a diferentes veículos de imprensa estrangeiros, Dilma Rousseff afirmou que o sucesso da organização da Copa calou os que “diziam que tudo seria um caos e que o Mundial só teria manifestações e violência”.

A governante acrescentou que “nunca houve tamanha campanha contra a realização de um Mundial”, mas que agora ninguém pode criticar a organização do evento.

“O povo brasileiro demonstrou que aqueles que apostaram contra o sucesso da Copa estavam equivocados”, afirmou a presidente.

O mesmo discurso foi repetido por seus colaboradores.

“A Copa confirmou o Brasil como país com condições de organizar grandes eventos internacionais”, afirmou em entrevista à Agência EFE realizada na última quinta-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Ele acrescentou que o Brasil pode comemorar por não ter acontecido nada do que os pessimistas previam e também por ter organizado uma competição perfeita nos quesitos transporte e, principalmente, segurança.

Carvalho acrescentou que o governo entendeu o recado que recebeu das ruas em junho do ano passado, quando milhões de manifestantes protestaram por melhores serviços públicos durante a Copa das Confederações. O período marcou o início de um diálogo com diferentes grupos para tentar atender às reivindicações populares.

De acordo com o ministro, os protestos eram impulsionados pela “nova classe média” que exige melhores serviços públicos e pouco em função do Mundial. Por isso, as manifestações diminuíram no último mês.

Segundo dados do Ministério da Justiça, nos primeiros 28 dias da Copa, 209 protestos foram registrados no Brasil. Eles atraíram apenas 48.123 manifestantes, em sua grande maioria de pequenos grupos e que não chegaram a ameaçar ou afetar a competição. Apenas 18 desses protestos foram considerados violentos.

Carvalho disse que parte dos investimentos na Copa já foi “pago” pelos turistas atraídos pelo torneio e também com a exposição do Brasil durante um mês na imprensa internacional.

Segundo os números parciais divulgados pelo Governo, apenas em junho, quando foi disputada a fase de grupos da Copa do Mundo, o Brasil recebeu 692 mil turistas estrangeiros de 203 nacionalidades diferentes. Números que superaram as expectativas do Governo, que esperava 600 mil estrangeiros nos 31 dias do torneio.

O ministro do Turismo, Vinícius Lages, citado em uma nota divulgada neste domingo pela Presidência, afirmou que a Copa se transformou em uma excelente oportunidade para ampliar a visibilidade do país no exterior e estimular o crescimento do turismo.

“Após o Mundial, nós podemos ampliar em 20% o número de visitantes estrangeiros graças a exposição positiva da imagem do Brasil no exterior”, afirmou o titular da pasta.

A maioria das reportagens sobre a Copa publicadas na imprensa internacional terminou elogiando não só a organização do evento, mas também a hospitalidade dos brasileiros e paixão pelo futebol, além das belezas naturais do país.

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