Mulher lançada da ponte Rio-Niterói acusa motorista de ônibus

Uma semana depois de ser lançada a cerca de 30 metros da ponte Rio-Niterói, a mecânica Izabel Cristina Anacleto, 39, não vê a hora de reencontrar os pescadores que a salvaram no último dia 19. Esta é a primeira coisa que deseja fazer quando deixar o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio de Janeiro, onde está internada.

“Digo com certeza que o motorista do ônibus estava a pelo menos 100 km/h, o que não é permitido no local onde ocorreu o acidente. Tanto é que ele não conseguiu frear, e o pisca-alerta do meu carro estava ligado. Se ele estivesse numa velocidade mais baixa, talvez tivesse dado tempo de evitar tudo aquilo”, disse Izabel.

Ela afirmou ainda que certamente não sobreviveria caso os pescadores não a encontrassem na baía de Guanabara. “Eu não sei nadar, mas pretendia nadar cachorrinho. Só que, com meu braço quebrado por causa da queda, não tinha nada que eu pudesse fazer. Foi Deus que colocou aqueles homens no meu caminho”.

A mecânica também recebeu atendimento de homens do Corpo de Bombeiros.

O carro de Izabel ficou destruído, mas sua sobrinha de 14 anos não sofreu nenhum ferimento. “Ela só levou um grande susto com a batida, mas está ótima”, conta a tia.

As duas seguiam de Bonsucesso (zona norte da capital fluminense) para a Região dos Lagos. A intenção era se reunir com a família para aproveitar o fim de semana da Páscoa.

Depois de passar por uma cirurgia no braço esquerdo, Izabel aguarda ansiosa por sua liberação. Ela ainda tem várias manchas roxas pelo corpo, e não há previsão de alta.

Investigação

De acordo com informações do 17ª DP (São Cristóvão), onde o caso é investigado, o motorista do ônibus e outro de um caminhão, que também estava no local, foram ouvidos. Além disso, o delegado titular Mauricio Luciano de Almeida e Silva pediu à concessionária que administra a ponte Rio-Niterói imagens das câmeras para elucidar as circunstâncias do acidente.

Ainda segundo com a Polícia Civil, a sobrinha da vítima será ouvida esta semana e “os agentes aguardam a recuperação da vítima para ouvi-la também”.