MT: Perícia confirma que operário morto estava sem luvas
O perito criminal Rondon Souza Oliveira confirmou nesta sexta-feira que o operário da empresa Etel, Muhammad’Ali Maciel, 32 anos, estava de fato sem luvas isolantes na manhã da última quinta, quando sofreu uma descarga elétrica e morreu na Arena Pantanal. “Havia lesões nas mãos dele, típicas de quem sofre forte descarga elétrica”, informou o perito, […]
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O perito criminal Rondon Souza Oliveira confirmou nesta sexta-feira que o operário da empresa Etel, Muhammad’Ali Maciel, 32 anos, estava de fato sem luvas isolantes na manhã da última quinta, quando sofreu uma descarga elétrica e morreu na Arena Pantanal.
“Havia lesões nas mãos dele, típicas de quem sofre forte descarga elétrica”, informou o perito, que trabalhou na cena do acidente durante toda a tarde de quinta.
“Se ele estivesse de luvas naquele momento, neste caso, não haveria o óbito. Mas precisamos esperar o laudo do Instituto Médico-Legal, porque isso não quer dizer que a morte se deu somente pela descarga nas mãos. Precisamos saber se a corrente elétrica atingiu outra parte do corpo dele também. O correto mesmo é que o circuito deveria estar desligado e não estava”.
O uso de luvas isolantes, consideradas salva-vidas dos eletricistas, é exigido por lei, assim como todo equipamento de Proteção Individual. A CLT diz: “é necessário prevenir o perigo e o empregador é obrigado, com base na saúde e segurança no trabalho, a fornecê-las, sem ônus para o empregado. De sua parte, o empregado tem o dever, de acordo com o item 6.7 da NR 6, de usá-las e cuidá-las”.
A NBR 10622, de fevereiro de 1989, também estabelece condições rigorosas de desempenho às luvas isolantes para que garantam aos eletricistas segurança no trabalho. Existem seis classes de luvas isolantes, recomendadas de acordo com a tensão.
No momento em que morreu, o operário estava trabalhando na finalização elétrica da Arena, que vai sediar quatro jogos na Copa do Mundo 2014, mas antes disso já estão marcados pelo menos mais dois jogos-teste no estádio, que ainda não está concluído e a pressa é grande.
Ele estava fazendo uma emenda, desencapando um condutor, para alongar junto a outro e conectar na rede”, explicou Rondon. “Tivemos muito trabalho para encontrar um ponto desencapado, que teria causado problema”.
O perito destaca também que, na hora que sofreu a descarga elétrica, o operário caiu da escada de uma altura de 1,40 metros. “O capacete deslocou, na queda, e ele pode ter morrido por traumatismo. Vamos esperar”.
O laudo pericial sai em 10 dias.
No fim do dia de ontem, o secretário Maurício Guimarães, da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), já havia dito que Muhammad estava sem luvas, diferentemente da primeira informação repassada.
Por conta do acidente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) suspendeu as atividades na Arena Pantanal, até que a empresa assegure um ambiente seguro para os demais funcionários.
A auditora fiscal Caroline de Almeida Mendes, chefe do Núcleo de Saúde e Segurança no Trabalho, explica que foram solicitados à Etel vários documentos, como o projeto de instalações elétricas e o comprovante de entrega dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “A empresa foi notificada hoje e, enquanto não encaminhar esses documentos, o serviço elétrico vai continuar parado”, avisou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Joaquim Santana, avisou que vai acompanhar a apuração dos fatos também para saber se o operário estava em desvio de função. Ele é montador e estaria trabalhando como eletricista.
A empresa Etel, do consórcio CLE, só se manifestou através de nota à imprensa, dizendo que vai apoiar a família e que o operário estava devidamente habilitado a desempenhar as funções que foram dadas a ele.
O corpo do operário está sendo velado no Centro Comunitário da Cohab Cristo Rei, em Várzea Grande, cidade vizinha à Cuiabá, onde ele morava. Muhammad deixou dois filhos. O sepultamento está marcado para as 16 horas (de Brasília).
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