Mototaxistas cobram investigação do comércio ilegal de alvarás, mas temem concorrência

Profissionais negam existência de ‘máfia dos alvarás’, mas associação da categoria promete ir à Justiça cobrar fiscalização da prefeitura. Ninguém, no entanto, quer novas concessões em Campo Grande.

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Profissionais negam existência de ‘máfia dos alvarás’, mas associação da categoria promete ir à Justiça cobrar fiscalização da prefeitura. Ninguém, no entanto, quer novas concessões em Campo Grande.

Entre os mototaxistas de Campo Grande impera a política do silêncio com relação às denúncias de comércio ilegal dos alvarás concedidos pela prefeitura. O Midiamax foi às ruas ouvir os profissionais após um vídeo na internet mostrar cenas de agressão entre duas permissionárias, supostamente em disputa pelo documento.

Muitos negam que exista uma máfia, mas a Associação dos Mototaxistas da Capital afirma que vai acionar a Justiça contra a falta de fiscalização por parte da prefeitura. Um alvará no mercado clandestino custaria entre R$ 50 mil a R$ 60 mil, segundo levantou a Associação.

No Ministério Público Estadual e no Ministério Público do Trabalho também não há nenhuma denúncia sobre a categoria ou inquérito aberto que investigue as supostas compras irregulares.

“Eu não vejo como máfia. Porque a maioria dos auxiliares que eu conheço está tranquila assim. A gente repassa um valor diário para a manutenção da moto que é cedida junto com o alvará para a circulação no horário em que o permissionário está de folga. E imposto quem paga são os donos”, argumentou Cleder Martins Ferreira, há 11 anos como auxiliar.

Rogério de Oliveira, que está há um ano como auxiliar, explica que além do valor diário, que varia de R$ 30 a R$ 50, também é pago o seguro. “Sai caro, mas por enquanto compensa”, ressaltou.

Para muitos o problema preocupa porque poderia levar ao aumento das concessões, vista pelos mototaxistas como perigo para o rendimento de todos. Outro profissional que preferiu não se identificar disse que é permissionário e está na profissão há 17 anos. “Temos dias bons e ruins. Eu acho que do jeito que está é o suficiente. É melhor pra gente dividir o serviço”, afirmou.

Para o diretor-presidente da Agência Municipal de Trânsito, Jean Saliba, a abertura de licitações para a ampliação de alvarás ocorre de acordo com o aumento populacional.

“Acredito que haja um comércio ilegal, mas não temos como controlar isso. Tecnicamente a Agetran entende que o número de alvarás é o suficiente, mas não que esse debate não possa ser ampliado com todas as partes. Quem acha que falta alvará provavelmente quer vender. Temos que ver o que a população acha, porque nós atendemos a população e isso é complexo”, concluiu Saliba.

Segundo a Agetran existem 491 mototaxistas regulamentados para 70 pontos de mototáxis fixos. Os alvarás são pessoais, inalienáveis, impenhoráveis e intransferíveis, exceto em casos de herança.

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