Menino de 7 anos apanha na saída da escola e diz para a mãe que ‘bateu em árvore’

Menino teria sido agredido por colega de 9 anos na saída da escola e, com medo de contar para a mãe, disse que tinha se machucado sozinho

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Menino teria sido agredido por colega de 9 anos na saída da escola e, com medo de contar para a mãe, disse que tinha se machucado sozinho

A mãe do aluno afirmou ao Midiamax que o filho chegou em casa por volta das 11 horas, com o rosto lesionado e sangrando muito. Ela perguntou o que ocorreu e ele disse que tinha batido em uma árvore. “O colega que mora na frente de casa e volta junto com meu filho disse que, na verdade, ele tinha apanhado de outro menino e que estava com medo de me contar”, disse a mãe.

Depois de conversar com o filho, a criança confirmou a agressão e disse que o colega de classe, de 9 anos de idade, o agrediu na saída da escola. “Eu conversei com ele, disse que ele tem que me contar quando uma coisa dessas acontece e que isso não está certo, não pode acontecer”, disse a mãe, indignada.

A mulher disse que procurou a escola e que eles a apoiaram em todo o momento e que conversariam com os pais do agressor. O menino, de 7 anos, ainda disse para a mãe que sempre sofre provocações por parte do colega nos intervalos das aulas e que tinha medo de contar para a mãe, pois era ameaçado. “Penso até em trocar meu filho da escola, porque fico com medo dessa situação”, afirma a mulher.

Outro lado

A Semed (Secretaria Municipal de Educação), por meio da assessoria da Prefeitura de Campo Grande, se pronunciou a respeito do caso. De acordo com a secretaria, a mãe do menino agredido foi atendida pela escola e orientada para as medidas que deveriam ser tomadas.

A mãe do garoto agressor foi chamada para ir até a escola e foi ouvida pela direção. A agressão foi confirmada e a mãe disse que vai procurar um psicólogo para fazer acompanhamento do filho. Ela disse que a criança passou por um abalo emocional na família em 2013, mas não informou do que se trata.

Caso de polícia

Segundo a delegada titular da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), Rozeman Geise Rodrigues de Paula, a criança só é responsabilizada criminalmente, com medidas socioeducativas, a partir dos 12 anos.

Mesmo assim, caso a mãe queira, ela pode procurar a delegacia. “Se a lesão causada na criança for muito grave, a mãe pode registrar o boletim de ocorrência para requisitar o exame de corpo de delito”, diz a delegada. No entanto, como o agressor tem menos de 12 anos, o caso deve ser analisado pelo Conselho Tutelar.

Acompanhamento

A primeira atitude, assim como a tomada pela mãe da criança agredida, é procurar a escola. Caso o colégio não se posicione, a ouvidoria da Semed pode ser acionada, já que há o risco, em alguns casos, de que o caso não chegue até a secretaria por meio da escola.

Segundo o conselheiro e psicólogo Adriano Ferreira, o Conselho Tutelar deve ser acionado se não houver iniciativa por parte da escola de resolver a situação. “Podemos chamar os pais, a criança e, se necessário, dar uma advertência, conversar com esse aluno e até mesmo acionar o Ministério Público, dependendo do caso”, diz.

Ainda de acordo com o conselheiro, há necessidade de conversar com o agressor. “Por trás de uma criança que agride, pode haver outro agressor. Um pai, um familiar, por isso é importante saber realmente o que acontece”, afirma Adriano.

No caso do menino de 7 anos, a mãe disse que foi orientada a retornar à escola na manhã de terça-feira (23), para conversar com a direção do colégio sobre o assunto e como o caso será resolvido.

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