Mais de 300 pessoas morreram nas últimas 24 horas no leste da Ucrânia
Mais de 300 pessoas, entre soldados ucranianos, separatistas e civis, morreram nas últimas 24 horas no leste do país, relatam neste domingo fontes oficiais de Kiev e porta-vozes dos rebeldes pró-russos. Além dos 49 soldados que morreram ontem, o ministro de Defesa ucraniano, Mikhail Koval, afirmou ao presidente do país, Petro Poroshenko, que as tropas […]
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Mais de 300 pessoas, entre soldados ucranianos, separatistas e civis, morreram nas últimas 24 horas no leste do país, relatam neste domingo fontes oficiais de Kiev e porta-vozes dos rebeldes pró-russos. Além dos 49 soldados que morreram ontem, o ministro de Defesa ucraniano, Mikhail Koval, afirmou ao presidente do país, Petro Poroshenko, que as tropas tinham liquidado mais de 250 insurgentes em 24 horas. Koval, no entanto, não relatou as baixas civis. Em Schastie, cidade na região de Lugansk, cerca de 100 pessoas, entre separatistas e civis, morreram nos combates, informaram neste domingo os rebeldes pró-russos. Schastie foi arrebatada ontem dos insurgentes pela Guarda Nacional da Ucrânia no avanço das forças governamentais rumo a Lugansk, capital da região homônima, bastião da rebelião pró-russa, de meio milhão de habitantes.
O porta-voz da operação antiterrorista (como Kiev classifica os separatistas) contra os insurgentes, Vladislav Selezniov, garantiu que as forças aéreas do exército ucraniano mataram mais de 50 milicianos ao atacar postos dos rebeldes nas proximidades de Kramatorsk e Druzhkovka, na região de Donetsk. O governo de Kiev acusa à vizinha Rússia de enviar armas e mercenários à Ucrânia, entre eles cidadãos da república da Chechênia. Em Amrosiyevka, cidade da região de Donetsk, três civis e dois milicianos teriam morrido esta madrugada por fogo de artilharia das forças ucranianas, segundo os separatistas pró-russos.
Uma ampla área da região de Lugansk se transformou nas últimas semanas em cenário dos combates mais intensos no leste ucraniano. As forças ucranianas informaram hoje da destruição de dois postos de controle dos milicianos nos arredores da capital da região e de um ataque com artilharia às bases dos rebeldes na cidade de Diakovka, também em Lugansk. Os rebeldes asseguraram que recuperaram hoje a cidade de Luganskaya, posto fronteiriço com a Rússia nos arredores da capital.
“O inimigo se retirou da cidade. Sua estadia nesse núcleo se saldou com muitos mortos e com destruição”, declarou às agências locais um porta-voz da autoproclamada ‘República Popular de Lugansk’. Precisamente em Lugansk morreram ontem 49 soldados ucranianos, após o avião que os transportava ser derrubado quando se aproximava do aeroporto local.
Enquanto isso, os combates não cessam em Slaviansk, símbolo da resistência ao exército para os rebeldes, onde os canhões da artilharia ucraniana disparam diariamente há semanas. A Guarda Nacional ucraniana informou da morte hoje de três milicianos “quando tentavam romper o bloqueio” ao qual as forças de Kiev submeteram a cidade. Os pró-russos denunciaram a morte de dois civis na madrugada passada e a crítica falta de água potável na cidade, que sofre com os combates.
Ajuda da Otan – A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) prepara medidas para ajudar a Ucrânia a se defender no impasse com a Rússia e precisa adaptar-se ao fato de que Moscou a vê como uma adversária, disse o secretário-geral da organização, Anders Fogh Rasmussen, em entrevista publicada neste domingo no El País. Rasmussen deixou claro que a Otan não tem planos para se envolver militarmente na Ucrânia, mas vai seguir dando apoio material e logístico. A organização enviou um avião e embarcações para o leste da Europa. Rasmussen disse considerar medidas de longo prazo para garantir a proteção de aliados.
A União Europeia (UE) não conseguiu convencer a Ucrânia a assinar um acordo selando sua aproximação com o Ocidente, em função da pressão de Moscou, o que constitui uma derrota para os europeus. No final da terceira cúpula da Parceria Oriental entre a UE e seis ex-repúblicas soviéticas – Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão – os resultados foram aquém do esperado. Somente Moldávia e Geórgia assinaram o acordo. O presidente ucraniano Viktor Yanukovich explicou que, antes de firmar um acordo, Kiev necessita “de um programa de ajuda financeira e econômica” da UE. “Não se pode, tal e como quer o presidente ucraniano, pedir que paguemos para que a Ucrânia entre nesta associação”, retrucou François Hollande, presidente da França. Saiba mais sobre por que UE e Rússia querem tanto a Ucrânia.
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