Kerry se reúne com candidatos afegãos perante falta de acordo

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, manteve neste sábado em Cabul reuniões pelo segundo dia consecutivo com os candidatos presidenciais Abdullah Abdullah e Ashraf Gani perante a falta de acordo nas eleições. Kerry, que chegou ontem à capital afegã, se reunirá, além disso, de novo com o presidente em fim de mandato, […]

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O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, manteve neste sábado em Cabul reuniões pelo segundo dia consecutivo com os candidatos presidenciais Abdullah Abdullah e Ashraf Gani perante a falta de acordo nas eleições.

Kerry, que chegou ontem à capital afegã, se reunirá, além disso, de novo com o presidente em fim de mandato, Hamid Karzai, para tentar buscar uma saída à crise política afegã, de acordo com a televisão local “Tolo”.

Gani, que lidera a votação após a primeira apuração preliminar com 56,44% das cédulas no segundo turno de 14 de junho, aceitou ontem uma proposta da ONU para revisar os votos de oito mil colégios eleitorais, 43% das cédulas.

No entanto, Abdullah, que ganhou a primeira rodada do pleito em 5 de abril, rejeitou o acordo e pediu a revisão de 11 mil centros.

Abdullah acusou Karzai, Gani e a comissão eleitoral de fraude em “escala industrial” com a introdução de votos falsos a favor de seu oponente.

Kerry reconheceu que o Afeganistão se encontra em “um momento muito crítico” após as acusações de fraude de Abdullah.

O presidente americano, Barack Obama, ligou na segunda-feira a Abdullah após conhecer sua rejeição aos resultados e lembrou que a ajuda dos EUA ao Afeganistão está em jogo, se Washington detectar “violência ou medidas extraconstitucionais” para chegar ao poder.

Após 13 anos na presidência, as eleições afegãs supõem a saída do poder de Karzai já que a Constituição proíbe um terceiro mandato.

O processo eleitoral se desenvolve enquanto o conflito do Afeganistão se encontra em um de seus momentos mais sangrentos desde a invasão dos Estados Unidos, que propiciou a queda do regime talibã em 2001.

A força da Otan (Isaf) concluirá sua missão no Afeganistão no final deste ano, mas os Estados Unidos anunciaram que manterão cerca de 9,8 mil soldados no país até completar sua saída total no final de 2016.

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