Israel inicia cessar-fogo parcial de sete horas em Gaza

O cessar-fogo não se aplica à cidade de Rafah, onde há uma “presença militar israelense” e “confrontos ainda ocorrem”, disse um comunicado do Exército. Uma autoridade militar disse que tropas israelenses responderiam se fossem atacadas. Mas autoridades de saúde palestinas disseram que Israel realizou um ataque aéreo em um campo de refugiados na cidade de […]

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O cessar-fogo não se aplica à cidade de Rafah, onde há uma “presença militar israelense” e “confrontos ainda ocorrem”, disse um comunicado do Exército. Uma autoridade militar disse que tropas israelenses responderiam se fossem atacadas.

Mas autoridades de saúde palestinas disseram que Israel realizou um ataque aéreo em um campo de refugiados na cidade de Gaza minutos após o início da trégua. Correspondentes da BBC disseram ter ouvido explosões e viram uma casa que teria sido destruída pelo ataque.

Relatos sugerem que o ataque matou uma pessoa e feriu ao menos 15 pessoas, a maioria mulheres e crianças.

O anúncio da “janela humanitária” ocorreu após condenação internacional do ataque israelense a uma escola da ONU que servia como refúgio para desalojados no domingo, que deixou ao menos dez mortos, segundo autoridades palestinas.

Autoridades de Gaza disseram que 1.800 palestinos, a maioria civis, morreram e mais de 9 mil pessoas ficaram feridos desde que o conflito começou, há quatro semanas.

São 64 soldados e dois civis israelenses mortos. Um tailandês que trabalhava em Israel também morreu.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, acusou o Exército de Israel de tentar “desviar a atenção dos massacres israelenses”.

A trégua permitirá que centenas de milhares de palestinos retornem às suas casas. Mais de um quarto dos 1,8 milhão de residentes do território foram deslocados.

Muitos estão se refugiando em abrigos da ONU, inclusive a escola em Rafah que foi atingida no domingo. O Exército israelense disse que o alvo eram três militantes islâmicos perto da escola.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chamou o ataque de “ato criminoso e moralmente ultrajante”. “Foi uma grave violação das leis internacionais”, disse.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, disse que os Estados Unidos ficaram chocados com o ataque “vergonhoso” deste domingo. Israel disse estar investigando o incidente.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel “lamenta qualquer ataque que atinja civis sem intenção”, mas acusou o Hamas de transformar os prédios em “redutos terroristas”.

Foi a terceira vez que Israel atingiu uma escola da ONU. Na semana passada, um ataque das forças israelenses ao abrigo da entidade no campo de refugiados de Jabaliya matou 16 pessoas e provocou uma avalanche de críticas da comunidade internacional.

O Exército de Israel confirmou no domingo que iniciou a retirada de algumas tropas de Gaza, dizendo estar “bem perto” de finalizar sua missão de destruir uma rede de túneis.

‘À beira do colapso’

O porta-voz do braço da ONU para assistência emergencial aos refugiados (UNRWA, na sigla em inglês), Chriss Gunness, descreveu os serviços médicos em Gaza como “à beira do colapso”.

Ele disse que um terço dos hospitais foi atingido, além de 14 postos de saúde e dezenas de ambulâncias. Cinco funcionários foram mortos e dezenas ficaram feridos na linha de fogo. Além disso, 40% do pessoal médico não conseguem chegar ao trabalho.

“O que vemos agora é um desastre humanitário de grandes proporções”, disse Gunness.

Segundo o porta-voz, os palestinos enfrentam sérios riscos de um surto de doenças transmissíveis por água contaminada, por conta da destruição da infraestrutura local.

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