Idosos esperam mais de quatro horas para serem atendidos em posto de saúde da Capital

Dois idosos, que teoricamente deveriam ter preferência, esperam por mais de quatro horas para serem atendidos no posto de saúde do Guanandi, na tarde deste domingo (6). Seu Alcino José de Sousa, de 81 anos, e dona Clara Talista, de 70, chegaram por volta das 10 horas e até as 14h40, quando a reportagem deixou […]

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Dois idosos, que teoricamente deveriam ter preferência, esperam por mais de quatro horas para serem atendidos no posto de saúde do Guanandi, na tarde deste domingo (6). Seu Alcino José de Sousa, de 81 anos, e dona Clara Talista, de 70, chegaram por volta das 10 horas e até as 14h40, quando a reportagem deixou o local, ainda esperavam sua vez. No tempo em que a equipe do Midiamax acompanhou a espera, duas pessoas que chegaram depois dos idosos foram atendidas e Alcino e Clara não.

Com dor na coluna, seu Alcino não almoçou. Ele conta que pensou em desistir e ir embora, mas a dor falou mais alto. O mesmo se repete com dona Clara, que está com dores no joelho. “Se eu for, vou continuar com dor e pegarei outra fila gigante. Não tem outra opção”, destaca.

A idosa disse que houve desdém dos enfermeiros. “Não levantam da sala, são mal educados e ao invés de vir chamar o paciente, mandam o guarda chamar”. Minutos depois, a reportagem presenciou a cena relatada. Entretanto, não era vez nem de seu Alcino nem de dona Clara.

O presidente da Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Waldemar Moraes, estava no local e procurou o assistente social do posto, que prometeu verificar o motivo da demora e priorizar o atendimento aos dois idosos.

Estatuto do idoso

Waldemar criticou a demora no atendimento aos idosos. “O Estatuto do Idoso deve ser respeitado”, aponta. Ele também reprovou o fato do guarda chamar os pacientes. “Está errado. O guarda tem que vistoriar o posto, não é função dele”, frisa.

O presidente da Associação chegou ao posto para consulta às 10 horas e afirma ter presenciado diversas irregularidades. “Chegou momento que tinha 60,70 pessoas esperando atendimento. Quantos médicos será que tem no posto para demorar tanto?”, indaga.

Nenhum funcionário quis confirmar à reportagem o número de médicos presentes. De acordo com a lista de plantão médico da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), cinco médicos deveriam estar atendendo no posto do Guanandi.

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