Greve da Air France prejudica brasileiros no exterior
A greve dos pilotos da Air France, empresa do grupo franco-holandês Air France – KLM ainda não chegou ao fim. Com voos cancelados, brasileiros que estão na França tentam voltar para casa. Alguns conseguem a remarcação do voo. Outros, até mesmo ser relocados em outras companhias aéreas. A servidora pública Juliana Fonseca passou um longo […]
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A greve dos pilotos da Air France, empresa do grupo franco-holandês Air France – KLM ainda não chegou ao fim. Com voos cancelados, brasileiros que estão na França tentam voltar para casa. Alguns conseguem a remarcação do voo. Outros, até mesmo ser relocados em outras companhias aéreas.
A servidora pública Juliana Fonseca passou um longo período planejando, junto com o namorado, uma viagem por diferentes regiões da França. A ideia era fazer o passeio durante um período de 19 dias. Depois de conhecer as paisagens do país, o fim das férias começou a ficar estressante: com o retorno marcado para ontem (26), recebeu na quinta-feira um e-mail da empresa avisando que o voo estava cancelado devido à greve dos pilotos. “A gente estava em um passeio e entramos na internet para ver a questão do voo e tivemos que sair correndo, ir para o hotel ligar para a Air France, ver um hotel para ficar aqui. Foi bem desagradável”. Juliana já estava em Paris quando a paralisação teve início, mas não achava que fosse durar tanto. Com o prolongamento da greve, teve que ficar atenta ao site da empresa. “O problema é que no site eles recomendam acompanhar o status do voo mas informam que só confirmam o cancelamento 24 horas antes. É pouco tempo”, conta.
No e-mail recebido pela servidora, a orientação era ligar para um 0800 da empresa e fazer a remarcação ou ir ao aeroporto e procurar pelos funcionários. Juliana conseguiu, por telefone, uma nova passagem, em voo da própria Air France, mas apenas para segunda-feira (29). Ao buscar mais informações no Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle, foi avisada que a empresa não iria fornecer voucheres aos passageiros para custear os gastos. “A orientação era para cada um arcar com os gastos e depois a gente tem que entrar com um pedido de ressarcimento com a comprovação deles [dos gastos]”, conta.
Além das despesas não previstas, o casal teve que avisar no trabalho a mudança de data da volta. Agora, a maior preocupação é o retorno estar garantido. “A expectativa agora é esperar que a greve acabe e que o nosso voo na segunda não seja modificado, nem cancelado e que a gente volte para o Brasil tranquilo”.
Outra brasileira que enfrentou problemas para voltar foi a engenheira Larissa Constanti. Ela estava na Itália com a mãe e uma irmã e o voo de volta para o Brasil passava por Paris. Ao sair de Turin foi informada de que o trecho entre a capital francesa e Brasília estava cancelado. Larissa precisou ficar mais dois dias. Os prejuízos só não foram maiores por que estava na casa de familiares que moram na cidade. Ela conta que foi remanejada para o voo de outra empresa. “Me alocaram em um voo da Lufthansa e para me compensar me falaram que iriam nos colocar na classe executiva”, conta. Mas quando chegaram à Munique, na Alemanha, para uma nova escala, as passageiras voltaram para a classe econômica já que a empresa responsável pelo voo alegou que a passagem comprada não correspondia à classe executiva.
Larissa conta que o voo de Munique para São Paulo estava repleto de brasileiros que enfrentavam a mesma situação. “Eu perdi dois dias de trabalho aqui. A minha irmã perdeu um exame médico importante e agora só conseguiu remarcar para um mês depois”.
Aqui no Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acompanha o caso da greve. No primeiro dia da paralisação (15), a Agência publicou em seu site uma nota orientando os passageiros a entrarem em contato com a empresa. O texto traz ainda a informações sobre a Resolução nº. 141/2010 que trata da questão de atrasos e cancelamento de voos e deve ser cumprida em todo o território brasileiro, tanto por empresas nacionais como por estrangeiras que operam no país. A norma diz que o passageiro deve receber assistência material, por parte da empresa, como alimentação (depois de duas horas de atraso) e de acomodação (a partir de quatro horas de atraso). Ao voltar para o Brasil, caso os passageiros prejudicados não tenham solução do problema por parte da empresa, devem procurar a própria Anac para que o caso seja avaliado.
Os brasileiros também podem procurar ajuda do consulado em Paris. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, um funcionário do consulado brasileiro está no aeroporto para auxiliar os passageiros. Uma das orientações é guardar os comprovantes de gastos para possível comprovação de custos feitos. A assessoria do Itamaraty disse não que não recebeu relatos por parte dos brasileiros de nenhum incidente e que os passageiros estão conseguindo remarcar as passagens ou serem realocados em voos de outras companhias aéreas.
A reportagem tentou contato com a Air France ontem e hoje, mas não obteve resposta.
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