Gremista flagrada em ato de racismo promete mudar: “Aprendi a respeitar”

Patrícia Moreira, a torcedora gremista flagrada em ato de racismo contra o goleiro Aranha na partida entre Grêmio e Santos pela Copa do Brasil no último dia 28, em Porto Alegre, voltou a se manifestar nesta terça-feira (9). Nos estúdios da Rede Globo, ela participou do programa Encontro com Fátima Bernardes. Lá, chorou novamente, repetiu […]

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Patrícia Moreira, a torcedora gremista flagrada em ato de racismo contra o goleiro Aranha na partida entre Grêmio e Santos pela Copa do Brasil no último dia 28, em Porto Alegre, voltou a se manifestar nesta terça-feira (9). Nos estúdios da Rede Globo, ela participou do programa Encontro com Fátima Bernardes. Lá, chorou novamente, repetiu desculpas e prometeu mudar de comportamento.

“Aprendi a respeitar o próximo. Não ser ‘Maria vai com as outras’. A importância da família, quem é meu amigo e quem não é… Meu comportamento vai mudar”, afirmou quando questionada sobre a repercussão dos atos nas arquibancadas da Arena do Grêmio.

O Grêmio perdia por 2 a 0 para o Santos em casa e o goleiro Aranha foi até o árbitro da partida para reclamar. Segundo o camisa 1 santista, xingamentos racistas vinham das arquibancadas. Mas o juiz não deu bola. Foi quando as câmeras de transmissão do jogo deixaram o gramado e voltaram-se para arquibancada. Patrícia foi flagrada gritando ‘macaco’ várias vezes ao camisa 1.

“Não foi especificamente para ele. Foi no calor do jogo. Meu time estava perdendo. Nunca vi meu time ganhar nada. Eu era colorada quando criança. Mudei pelos 7 anos, fui ‘comprada’ por uma bicicleta. Me deram para eu virar gremista. Vou sozinha no estádio, sem nenhum amigo. Eu amo o Grêmio e não queria ofender o Aranha”, afirmou.

Na última sexta-feira, Patrícia convocou uma entrevista coletiva e se manifestou. Chorando muito, repetiu as palavras e perdão e disse que queria encontrar o camisa 1 santista. O mesmo ocorreu nesta terça.

“Eu gostaria de mostrar para ele [Aranha] quem eu realmente sou. Não a torcedora que ele viu. Não sou racista. Tenho vários amigos negros”, disse.

A punição ao Grêmio, excluído da Copa do Brasil em julgamento de primeira instância no STJD, também pesou. A jovem de 23 anos disse discordar da pena, mas concordou que isso fará a torcida refletir.

“Eu não achei legal. Mas eu refletiria mais. Não só eu, mas outras pessoas que fizeram também. Se eu soubesse que poderia prejudicar o Grêmio assim, pensaria melhor”, concordou.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul está com investigação prestes a ser concluída no caso. Ao todo, 11 pessoas, incluindo Patrícia, já foram ouvidas e 5 devem ser indiciados.

“Se a Patrícia for indiciada, vamos tentar mostrar que ela não é racista. Que estava tomada pela emoção, pela frustração de ver o time perdendo em casa por 2 a 0 em uma competição eliminatória”, revelou o advogado da moça, Alexandre Rossato, que também participou do programa.

Enquanto isso, o Grêmio terá no próximo dia 19 a última instância de julgamento no Pleno do STJD. A tentativa dos advogados do clube é acabar com a pena de exclusão da Copa do Brasil.

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