Governo errou em previsão das hidrelétricas, diz ex-assessor

O ex-consultor do governo e especialista do setor elétrico Mario Veiga disse que o Brasil não tem capacidade de gerar a quantidade necessária de energia elétrica como sugerem os governantes. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado, Veiga disse que em vez do excesso de 6 mil megawatts médios estimados, seus […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O ex-consultor do governo e especialista do setor elétrico Mario Veiga disse que o Brasil não tem capacidade de gerar a quantidade necessária de energia elétrica como sugerem os governantes. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado, Veiga disse que em vez do excesso de 6 mil megawatts médios estimados, seus cálculos apontam um déficit de 2 mil MW, não considerados nas simulações oficiais.

Para ele, o governo precisa adotar um programa de redução de 6% no consumo e evitar cenários de maior risco.

Segundo ele, o problema energético partiu de uma deficiência estrutural do próprio sistema. “Há dois mísseis. Um, da deficiência estrutural, que levou as térmicas a serem mais acionadas do que o normal, mesmo em anos de situação hidrológica mais favorável, como em 2010, 2012 e mesmo 2013. O segundo é a descontratação das distribuidoras, que foi inédita”, disse ao jornal.

Segundo ele, se o governo não decretar a redução da demanda há a possibilidade “de 46% de os reservatórios chegarem a novembro com apenas 10% de armazenamento”. Essa escassez pode gerar um racionamento. “Isso é uma situação muito perigosa e complicada do ponto de vista operacional e o governo teria de adotar uma redução de demanda emergencial e muito mais profunda. (…) Nossa recomendação é começar desde já uma redução de 6% da demanda”, completou.

Conteúdos relacionados