Foto de casal árabe-israelense viraliza e inicia campanha espontânea contra conflito em Gaza

Uma foto postada por um casal árabe-israelense se transformou em uma campanha e símbolo de paz em meio à escalada de violência no conflito entre Israel e os palestinos. “Ele me chama de neshama, eu o chamo de habibi. O amor não fala a língua da ocupação”, escreveu Sulome Anderson, uma americana metade libanesa, ao […]

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Uma foto postada por um casal árabe-israelense se transformou em uma campanha e símbolo de paz em meio à escalada de violência no conflito entre Israel e os palestinos. “Ele me chama de neshama, eu o chamo de habibi. O amor não fala a língua da ocupação”, escreveu Sulome Anderson, uma americana metade libanesa, ao publicar a foto de um beijo com o namorado de origem israelense e de família judia ortodoxa em que seguram um cartaz com a frase “Judeus e árabes se recusam a ser inimigos”.

Postada inicialmente na conta de Sulome no Twitter, a foto recebeu mais de 1,6 mil retweets até a noite de terça-feira (22). A imagem, feita por sugestão de um amigo jornalista ao casal, também foi compartilhada na página homônima que inspirou o cartaz. Em pouco tempo, outros casais de judeus e árabes reproduziram a ideia, postando fotos com seus parceiros.

“Meu amigo jornalista sugeriu que publicássemos a foto porque ele acompanha de perto a maior dificuldade que enfrentamos em nossa relação: política. Jermy, meu namorado, que prefere que o sobrenome não seja divulgado, vem de uma família que se orgulha do apoio ao governo de Israel. Ele viveu alguns anos lá e tem dupla nacionalidade. Minha mãe é libanesa e, como jornalista, vivo parciamente em Beirute. Trabalhei em campos de refugiados no Líbano e vi a situação desesperadora que alguns palestinos vivem”, contou ela à revista “New York”.

A jornalista conta que o namorado viu um ônibus ser bombardeado quando vivia em Israel, enquanto ela teve o pai sequestrado no Líbano, três meses antes de ela nascer, por uma milícia xiita. Ele viveu no cativeiro por sete anos. “É por isso que eu e Jeremy resolvemos entrar na campanha. Nós amamos que o movimento destaca a ligação entre pessoas que são ensinadas a odiar umas às outras. Queremos espalhar a mensagem que nossa relação nos ensinou: ‘Nós não somos o que defendemos’”, diz.

Sulome diz ter recebido inúmeras críticas e xingamentos, principalmente de pessoas pró-Palestina. Com uma viagem marcada para o Líbano em duas semanas, ela afirma que a mãe teme que sofra retaliações após a repercussão da foto, mas está orgulhosa que a imagem “possa ter mudado o mundo um pouquinho”. “Nossa foto viralizar é assustador e incrível. Mas nós dois sabemos que medo é o sentimento errado para agora.”

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