Forças Armadas ajudam a entregar urnas em locais remotos

O trabalho de entrega das urnas, em algumas localidades, requer a utilização de vários meios de transportes para fazer chegar a democracia aos cidadãos. É o caso do município Almerim, no nordeste do Pará. Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-PA), Felipe Brito, para levar as urnas de […]

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O trabalho de entrega das urnas, em algumas localidades, requer a utilização de vários meios de transportes para fazer chegar a democracia aos cidadãos. É o caso do município Almerim, no nordeste do Pará. Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-PA), Felipe Brito, para levar as urnas de Belém até o município são usados dois tipos de barco – um grande e uma lancha -, uma caminhonete com tração nas quatro rodas, além de funcionários que carregam os equipamentos a pé por alguns quilômetros, da beira do rio até a seção eleitoral.

Isolados em meio a florestas e rios, moradores de aproximadamente 800 cidades brasileiras, espalhadas em seis estados, estão relembrando, às vésperas da eleição, a sensação de efetivamente fazerem parte do Brasil com a chegada das urnas de votação. São comunidades ribeirinhas, aldeias indígenas e vilarejos que, a cada dois anos, obrigam a Justiça Eleitoral, com auxílio das Forças Armadas, a elaborar uma logística complexa para a entrega das máquinas. São utilizados desde aviões de grande porte à carroças e bicicletas.

“É comum os moradores oferecerem hospedagem e alimentação para o pessoal da Justiça Eleitoral. Além disso, a chegada das urnas é praticamente um evento para a localidade”, disse Brito à Agência Brasil. No Pará, são 704 áreas ribeirinhas de difícil acesso e 18 locais de votação em áreas indígenas. Na região do arquipélago do Marajó, no extremo norte do estado, onde votam cerca de 120 mil eleitores, por exemplo, as urnas são transportadas de avião, helicóptero, barcos e bicicletas.

“Já acompanhei em campo a entrega das urnas nas regiões mais remotas do estado e o que surpreende é a pluralidade dos tipos de meios de transportes necessários para o serviço”, disse Brito. “Às vezes, não há navegabilidade pelos rios e temos que levar de avião, monomotor ou bimotor. Quando não há pistas para pouso, só de helicóptero mesmo”, acrescentou o secretário.

Diferentemente de outros estados em que há zonas eleitorais em áreas remotas, como Amazonas, Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul e Roraima, onde a Justiça Eleitoral contou com o apoio logístico das Forças Armadas, o TRE-PA optou contratar os Correios para fazer a entrega das urnas. Ao todo serão gastos por volta de R$ 5 milhões com o transporte das urnas, em cada turno.

A distância implica em outra precaução das autoridades eleitorais. No Pará, segundo Brito, enquanto nos grandes centros o contingente de urnas reservadas é 15% do total de equipamentos que são utilizados, nas áreas remotas e percentual chega a 100%. “Como há sempre o risco [de falhas no equipamento], sempre fica um técnico”, disse.

Nos outros estados, soldados da Marinha, do Exército e da Aeronáutica foram os responsáveis por transportar e garantir a integridade das urnas. De acordo com o Ministério da Defesa, todo o trabalho de entrega em 88 localidades deve ser concluído hoje.

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