FMI alerta para consequências de possível calote da Argentina

A derrota sofrida pela Argentina na Suprema Corte dos Estados Unidos, na segunda-feira, não só teve impacto na nota de crédito do país, que foi reduzida nesta terça, mas também acionou um alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em comunicado, o Fundo afirmou que está “preocupado com as implicações sistêmicas” de um possível calote da […]

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A derrota sofrida pela Argentina na Suprema Corte dos Estados Unidos, na segunda-feira, não só teve impacto na nota de crédito do país, que foi reduzida nesta terça, mas também acionou um alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em comunicado, o Fundo afirmou que está “preocupado com as implicações sistêmicas” de um possível calote da dívida argentina.

O alerta se deu após a derrota judicial do governo argentino ante credores de títulos da dívida do país nos Estados Unidos. Na segunda-feira, a Suprema Corte americana se recusou a ouvir o recurso da Argentina sobre sua tentativa de evitar o pagamento de 1,33 bilhão de dólares aos credores — fundos de hedge que adquiriam papéis da dívida no início dos anos 2000, também chamados de fundos abutres.

No ano passado, o FMI alertou que se a Argentina fosse derrotada na Corte, o caso abriria precedentes para que outros credores exigissem o mesmo tipo de retorno sobre os títulos de outras nações, o que, segundo o Fundo, poderia se transformar num problema de ordem sistêmica. Ou seja, afetar as reestruturações de dívida ao redor do mundo, sobretudo de países com situação fiscal frágil, como os que ainda se recuperam da crise do euro.

O FMI tem revisto sua forma de lidar com as dívidas de países em crise. Se um país não consegue arcar com seus débitos, o Fundo tradicionalmente pressiona uma reestruturação, como condição para emprestar recursos para arcar com os juros pagos aos credores. Agora, o Fundo vem cogitando a extensão dos prazos dos títulos. Em comunicado, o FMI afirmou que divulgará ainda nesta semana um documento sobre o tema.

Em discurso transmitido em rádio e TV na noite de segunda-feira, Cristina Kirchner afirmou que o país não dará o calote.

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