Ferrugem em instrumentos suspende 470 cirurgias em hospital da Unicamp
Depois de nove dias de investigação, o Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a 93 km de São Paulo, detectou que o resíduo que provocou o cancelamento de 470 cirurgias eletivas – as que são programadas – é o óxido ferroso, uma espécie de ferrugem. As manchas apareceram após o processo de […]
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Depois de nove dias de investigação, o Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a 93 km de São Paulo, detectou que o resíduo que provocou o cancelamento de 470 cirurgias eletivas – as que são programadas – é o óxido ferroso, uma espécie de ferrugem. As manchas apareceram após o processo de esterilização por equipamentos de autoclave, que mantém o material contaminado em vapor de água em temperatura elevada.
De acordo com o HC, mesmo com identificação da substância, os procedimentos seguem restritos apenas às emergências. Apesar de afirmar que “não existe risco de agente biológico contaminante nos instrumentais esterilizados por equipamentos de autoclave”, o hospital continua suspendendo as cirurgias eletivas para “garantir a segurança dos pacientes”, informou a assessoria de imprensa da unidade de saúde. Ainda não há previsão para a normalização dos procedimentos. Assim que o problema estiver resolvido, as cirurgias serão reagendadas.
O desafio agora é identificar a origem do resíduo, que ainda é desconhecida. Segundo a assessoria da unidade médica, as análises dos materiais do hospital foram feitas pelo Instituto de Química da universidade e também por dois laboratórios particulares.
Em nota, a Unicamp reiterou que não houve reflexos nas áreas de urgência e emergência, uma vez que as equipes médicas podem usar materiais cirúrgicos do estoque nos procedimentos. Por enquanto, a unidade recebe auxílios do Hospital Estadual de Sumaré, que é administrado pela universidade, e do Centro Infantil Boldrini para a esterilização dos itens usados nas cirurgias.
Para tentar solucionar o problema, o hospital informou que houve análises de amostras de água e vapor que abastecem o hospital, limpeza de caixas d’água e canos de abastecimento, além da ampliação de capacidade da filtragem.
Em relação às autoclaves, a assessoria do HC disse que não foram identificadas falhas e adiantou que irá adquirir outro equipamento para retomar a realização das cirurgias eletivas.
“Com as medidas implantadas, houve uma importante redução dos resíduos. Outra medida tomada é a aquisição, em caráter de urgência, de outra autoclave com sistema de osmose reversa para produção de água ultrapura e que será instalada na próxima semana”, afirmou o comunicado.
O processo de trabalho da Central de Materiais e Esterilização assegura limpeza, preparo, esterilização, armazenamento e distribuição de cerca de 30 mil itens mensais. O HC realiza em média 70 cirurgias por dia nos centros cirúrgicos geral, ambulatorial e de emergência. “A direção do hospital não tem medido esforços em resolver a situação, para que a produção cirúrgica da instituição se normalize o mais rápido possível”, diz nota do HC.
Ainda segundo a unidade médica, o processo de trabalho da Central de Materiais e Esterilização assegura limpeza, preparo, esterilização, armazenamento e distribuição de 30 mil itens mensais.
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