Famílias revivem enterro de pacientes quimioterápicos e afirmam descaso da Santa Casa

Na manhã desta terça-feira (19), as famílias de duas pacientes que morreram após fazer um tratamento de quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande tiveram que reviver toda a dor de ver as parentes serem sepultadas. “Meu marido não agüentou ver a irmã ser novamente enterrada. É triste o que está acontecendo, não falo no […]

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Na manhã desta terça-feira (19), as famílias de duas pacientes que morreram após fazer um tratamento de quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande tiveram que reviver toda a dor de ver as parentes serem sepultadas. “Meu marido não agüentou ver a irmã ser novamente enterrada. É triste o que está acontecendo, não falo no fato de ter o corpo exumado para a investigação, mas no descaso que o hospital tem tratado todos os familiares”, ressalta Verônica Loureiro de Melo, de 65 anos, que era cunhada de Maria da Glória Guimarães, de 61 anos.

“Tinha uma reunião marcada com as famílias dos pacientes ontem lá na Santa Casa, fomos até lá, mas, nada foi dito, pelo contrário, eles disseram simplesmente que foi cancelada, porque surgiu um compromisso de última hora da médica responsável que falaria conosco”, conta a cunhada e completa, “nem sequer quiseram falar pra gente o nome da médica”.

Verônica reclama também que os familiares receberiam os laudos dos seus parentes. “O que não aconteceu, recebemos documentos incompletos e com folhas faltando. Questionamos isso e disseram que era assim mesmo”, conta o descaso com os entes queridos.

Ela conta que a Maria da Glória foi internada no dia 9 de julho. “Ela estava forte, otimista com o tratamento, andava pra cima e pra baixo, ia ao banco, fazia compras e na quarta-feira foi internada para tomar o medicamento. Em seguida, eles começaram a dar um monte de morfina, até perguntei pra ela se ela sentia dor, e ela disse que não. Quando foi na sexta-feira (11 de julho), ela morreu. Do nada, como assim? Estava no início do tratamento”, lembra. Verônica recorda que a cunhada chegou a sangrar o nariz e a boca antes de morrer.

No cemitério Verônica foi forte em acompanhar pela segunda vez o sepultamento da cunhada. Ao lado dela apenas a Polícia Civil, Perícia, funcionários do cemitério Cruzeiro e órgãos da imprensa. “É triste demais, não podemos construir uma lápide ou mesmo trocar o corpo dela de cemitério até que o caso seja concluído”, finaliza.

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