Ex-comandante do Costa Concordia dá aula de ‘gestão de crise’ em faculdade
Ex-comandante do navio Costa Concordia, o italiano Francesco Schettino foi convidado para palestrar em um curso da Faculdade de Medicina da Universidade La Sapienza sobre “gestão de pânico e crise”. Acusado pela morte de 32 pessoas no naufrágio do cruzeiro, Schettino foi duramente criticado nesta quarta-feira (6), quando a notícia de sua palestra veio à […]
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Ex-comandante do navio Costa Concordia, o italiano Francesco Schettino foi convidado para palestrar em um curso da Faculdade de Medicina da Universidade La Sapienza sobre “gestão de pânico e crise”. Acusado pela morte de 32 pessoas no naufrágio do cruzeiro, Schettino foi duramente criticado nesta quarta-feira (6), quando a notícia de sua palestra veio à tona na Itália.
De acordo com a imprensa italiana, a palestra de Schettino ocorreu em julho, a alunos do curso Master em Ciências Criminológicas. Ele relatou anedotas relacionadas à sua experiência como comandante de navio, dando destaque, sobretudo, à gestão de situações de pânico e risco.
“Fui convidado como especialista e ilustrei aos estudantes a gestão do controle de pânico. Sei como se deve comportar em casos do gênero, como é preciso reagir quando há membros de etnias diferentes na equipe”, disse Schettino, que responde à Justiça pelo naufrágio do Costa Concordia, em janeiro de 2012, na ilha de Giglio.
A ministra da Educação da Itália, Stefania Giannini, considerou o fato “desconcertante”. O reitor da La Sapienza, Luigi Frati, também condenou a escolha de Schettino para a palestra e anunciou o afastamento dos professores que fizeram o convite. “Uma escolha indigna e inoportuna a de convidar uma pessoa em julgamento por crimes tão graves para uma aula em uma comunidade educacional. Schettino é um personagem negativo, responsável pela morte de 30 pessoas. No seu lugar, eu me esconderia”, disse Frati.
Nas redes sociais, os internautas italianos demonstraram indignação com o acontecimento. O navio Costa Concordia naufragou após colidir com rochas na ilha de Giglio. A embarcação tombou e ficou encalhada no local até o mês passado, quando uma complexa operação permitiu seu reboque até o porto de Gênova.
Schettino ficou conhecido mundialmente como o “capitão covarde”, por ter abandonado a embarcação antes dos passageiros e tripulantes durante o acidente. Na última segunda-feira, ele telefonou para os familiares de Russel Rebello, a única vítima do naufrágio cujo corpo ainda não foi encontrado.
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