EUA criaram ‘Twitter cubano’ para estimular protestos
WASHINGTON – O governo americano orquestrou a criação de um “Twitter cubano” por meio de mensagens de celular para estimular um levante contra o governo dos irmãos Castro, revelou nesta quinta-feira, 3, uma reportagem investigativa da agência Associated Press. A iniciativa foi conduzida pela USAID, agência americana que auxilia projetos contra a pobreza em todo […]
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WASHINGTON – O governo americano orquestrou a criação de um “Twitter cubano” por meio de mensagens de celular para estimular um levante contra o governo dos irmãos Castro, revelou nesta quinta-feira, 3, uma reportagem investigativa da agência Associated Press.
A iniciativa foi conduzida pela USAID, agência americana que auxilia projetos contra a pobreza em todo mundo, e levantou questões sobre sua legitimidade dentro dos Estados Unidos.
Segundo a AP, o projeto consistia na criação de um sistema de troca de mensagens por SMS para driblar o controle do governo cubano sobre a internet.
Chamado de Zunzuneo, palavra em espanhol para o canto de um pássaro ( e equivalente à palavra inglesa tweet, que batiza o Twitter), o projeto começou em 2010, paralelamente à abertura conduzida pelo presidente Raúl Castro, que possibilitou um maior acesso dos cubanos a telefones celulares.
O plano dos agentes americanos, segundo a AP, era consolidar uma base de usuários, primeiramente com notícias sobre esportes e alertas de furacões e depois estimular reuniões de gente insatisfeita com o regime. Mais de 40 mil cubanos usaram o serviço nos últimos anos.
O governo americano afirmou que o projeto foi realizado até 2012 e desenvolvido para aumentar o acesso dos cubanos à informação, mas negou que fosse algo clandestino. “As sugestões de que se tratava de um programa encoberto não são corretas. Os EUA financiam diferentes programas para ajudar a capacitar os cubanos a ter acesso a mais informação e fortalecer a sociedade civil”, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Segundo o porta-voz, o Escritório de Supervisão do governo (GAO, na sigla em inglês) “revisou esse programa em detalhe em 2013 e confirmou que ocorreu em conformidade com a lei dos EUA e sob os controles de supervisão adequados”.
A Casa Branca negou que Alan Gross, contratado da USAID e preso em Cuba desde 2009 por “ações contra a integridade territorial do Estado”, tivesse algo que ver com o desenvolvimento do ZunZuneo. O governo americano garante que Gross tentava simplesmente proporcionar acesso “sem censura” à internet para “uma pequena comunidade religiosa” judia na ilha. Nesta quinta, Carney voltou a pedir sua libertação ao governo de Havana.
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