Erro em dia específico pode ter causado as mortes de pacientes da quimioterapia da Santa Casa
A 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande trabalha com a possibilidade de que um erro, em um determinado dia, tenha causado a morte de três pacientes da quimioterapia da Santa Casa e deixado uma quarta paciente com graves reações ao tratamento. De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelas investigações, embora […]
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A 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande trabalha com a possibilidade de que um erro, em um determinado dia, tenha causado a morte de três pacientes da quimioterapia da Santa Casa e deixado uma quarta paciente com graves reações ao tratamento.
De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelas investigações, embora as pacientes tratassem o mesmo tipo de câncer, tinham estágios diferentes da doença, não recebiam exatamente o mesmo conjunto de medicação prescrita pelo médico e também não deveriam tomar a medicação pelo mesmo tempo. “Teve um dia específico em que as quatro se encontraram”, afirma a delegada.
Nesta segunda-feira (6), foram prestar depoimento as técnicas de enfermagem Elaine Maria da Costa e Célia Velasquez. As duas tiveram contato direto com as pacientes. Conforme a delegada, ambas disseram que não tiveram problemas no momento em que as pacientes realizaram o tratamento e que não perceberam anormalidades.
Ainda segundo a autoridade policial, as duas profissionais tinham experiência no trabalho e uma delas, chegou a fazer manipulação dos medicamentos, há vários anos, quando ainda não era exigido que apenas farmacêuticos fossem responsáveis pelo procedimento.
O depoimento das técnicas de enfermagem vai ajudar a esclarecer particularidades e as pacientes se apresentavam, já que elas tinham uma relação mais próxima com as vítimas. Com os depoimentos, mais uma vez, a polícia pôde constatar que havia diversas falhas nos registros. Os prontuários têm diferenças em relação ao livro de registro. Por conta dessas falhas, o trabalho da polícia acabou sendo dificultado, pois não há como ter certeza sobre o que foi registrado.
Conforme já havia adiantado, a delegada explica que já tem convicção do que causou as mortes, porém, as oitivas e toda a documentação reunida vão determinar sem sombra de dúvidas onde ocorreu a falha no setor de oncologia. A falha na medicação está praticamente descartada. Para continuar as investigações, outra técnica de enfermagem e pacientes que fizeram tratamento no mesmo período que as vítimas deverão ser ouvidos.
Investigação
As investigações começaram após as mortes das pacientes da quimioterapia da Santa Casa Carmen Insfran Bernard, de 48 anos, no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, de 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no dia 12 de julho. Elas receberam a medicação entre os dias 23 e 28 de junho.
Além dos depoimentos de médicos, de uma enfermeira e de farmacêuticos que trabalhavam no setor de quimioterapia, foi realizada a exumação dos corpos para análises periciais e também a reprodução simulada do processo realizado pelo farmacêutico responsável pela infusão do medicamento nas pacientes.
A delegada já ouviu os depoimentos dos médicos José Maria Ascenço e Henrique Guesser Ascenço, responsáveis pela clínica que realizava a manipulação da fórmula aplicada nos pacientes em tratamento da quimioterapia na Santa Casa. Também foram ouvidas uma farmacêutica e uma enfermeira, que por vezes, também realizava manipulação das fórmulas.
Posteriormente, prestou depoimento o farmacêutico Raphael Castro Fernandes, que a manipulação dos medicamentos aplicados nas pacientes e o também farmacêutico Marcelo Konorat, que trabalhou por 12 anos na empresa de quimioterapia que prestava serviço à Santa Casa.
No dia 25 de setembro, Margarida Isabel de Oliveira, de 71 anos, que passou pelo tratamento de quimioterapia e teve graves reações, prestou depoimento à polícia. O filho dela disse que a idosa tem se recuperado, apesar de não estar mais fazendo o tratamento.
Outra morte
A polícia também investiga a morte de Adolfo Coelho de Souza, de 82 anos, que passava por tratamento na Santa Casa. Possivelmente, a morte dele foi causada por uma superdosagem de medicamentos. A polícia já apurou que foi aplicada no idoso, em duas horas, a medicação para cinco dias de tratamento.
Neste caso prestaram depoimento, a cuidadora que ficava com o idoso no hospital, a médica dele e o diretor-técnico da Santa Casa de Campo Grande, Luiz Alberto Kanamura. No dia do depoimento, o diretor-técnico afirmou que o hospital abriu uma sindicância para apurar o caso.
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