Empresa alia inclusão e lucro com impressões em braille

A crescente preocupação com a acessibilidade está abrindo novas possibilidades de negócios. Aproveitando a maior atenção dispensada aos deficientes visuais nos últimos anos, o paulistano Roberto Gallo criou a Livre Acesso Braille, empresa especializada na produção de livros e cardápios em braille. Após trabalhar durante mais de uma década em uma fundação de assistência a […]

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A crescente preocupação com a acessibilidade está abrindo novas possibilidades de negócios. Aproveitando a maior atenção dispensada aos deficientes visuais nos últimos anos, o paulistano Roberto Gallo criou a Livre Acesso Braille, empresa especializada na produção de livros e cardápios em braille.

Após trabalhar durante mais de uma década em uma fundação de assistência a deficientes visuais, Roberto decidiu montar seu próprio negócio no ano passado. Assim, ele investiu em impressoras, contratou pessoal e passou a traduzir e imprimir material em braille.

“É uma linguagem que já existe no Brasil há 160 anos. Há uma lei na cidade de São Paulo que desde 1997 obriga todos os estabelecimentos que comercializam refeições a ter pelo menos um exemplar do cardápio em braille. São cerca de 200 mil locais deste tipo, e nos últimos três anos eles passaram a se preocupar cada vez mais com este tema”, explica Gallo.

O empreendedor afirma que sua ideia não é só montar um negócio, mas ajudar os deficientes visuais a exercerem sua cidadania e terem acesso a informação por conta própria. “Falar desta lei sempre é nosso último recurso. Procuramos despertar no empresário a consciência da necessidade de dar atenção ao deficiente visual, para que ele seja incluído como um consumidor importante”, diz.

Além de bares e restaurantes, a Livre Acesso também trabalha com livros didáticos de escolas de inglês, por exemplo. Uma primeira tradução do texto para o braille é feita por um software, mas um profissional com experiência no uso da linguagem precisa acompanhar o processo, pois é necessário inserir caracteres e códigos específicos para garantir que a adaptação seja bem sucedida e, depois de passar pelo software, o texto em braille deve ser submetido a uma revisão rigorosa.

“Em geral, um cardápio leva até sete dias úteis para ficar pronto. A Livre Acesso tem apenas sete meses de vida, mas já conta com quatro funcionários e atende todo o país por meio do Sedex. O crescimento está sendo rápido”, afirma Gallo.

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