Em busca da beleza e do canto das aves, grupo se encontra para ‘passarinhar’

São 4 horas , o sol nem sequer começou a nascer e Hiroya Hattori, de 54 anos, já  despertou para ouvir o canto dos pássaros. O guia de turismo por profissão, e observador de aves por paixão, diz que em dia de “passarinhar” é preciso acordar cedo para ver o que de melhor a natureza pode […]

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São 4 horas , o sol nem sequer começou a nascer e Hiroya Hattori, de 54 anos, já  despertou para ouvir o canto dos pássaros. O guia de turismo por profissão, e observador de aves por paixão, diz que em dia de “passarinhar” é preciso acordar cedo para ver o que de melhor a natureza pode oferecer.

Com binóculos em mãos e ouvidos atentos, ele diz que sai com o grupo de observadores em busca das aves. Não importa se é uma ave rara, um tico-tico, um pardal, ou um bem-te-vi, para o grupo todas as aves merecem respeito e têm sua beleza.

E é exatamente isso que eles buscam: a beleza e a tranquilidade que as aves passam

O grupo formado no Facebook – COACGR (Clube de Observadores de Aves de Campo Grande), conta Hiroya, tem como único objetivo manter um canal entre os amantes do birdwatcher. No face, eles marcam para se encontrar, passarinhar e aprender mais sobre as aves.

Entre as vantagens do hobby, Hiroya diz que não sabe explicar exatamente o que acontece, mas o fato é que com a observação as pessoas passam a enxergar mais, ouvir mais e, muitos até reconhecem as vozes das aves. “Com o tempo a pessoa ouve o canto ou um pequeno chamado e já sabe qual é a ave. Ela passa a perceber as aves, a perceber a natureza”, diz.

“A gente passa a reparar mais no ambiente, nas flores, nos frutos, indícios de atividade de animais, sombras, clima, mudança do tempo. A observação das aves muda a visão”, afirma.

Para ele, o passarinhar altera a percepção do mundo. “Não vou dizer que acontece com todos, mas muitas birdwatchers começam a ver as questões da ecologia sob uma outra ótica, algo que pode mudar suas escolhas políticas e de consumo. A observação te dar ‘n’ possibilidades de interação com a natureza”, enfatiza.

Birdwatchers e MS

Com mais 600 espécies catalogados no Pantanal,  Mato Grosso do Sul é um dos Estados brasileiros com mais espécies de pássaros. Pensando em nível mundial, também não fazemos feio.

O Brasil, por exemplo, tem 1.825 espécies de pássaros catalogadas e está entre os três países com as maiores diversidades de aves no mundo. E esse potencial vem chamando a atenção tanto dos turistas brasileiros como dos estrangeiros para a prática de observação de aves.

“No Pantanal conseguimos ver em 3, 4 dias cerca de 200 espécies de pássaros. São muitas aves. Por isso, o birdwatcher vem crescendo tanto aqui. Porque temos potencial para isso”, diz Hiroya. “É um dos melhores lugares do mundo para observar pássaros”, completa.

Potencial turístico

Tanto é, diz, que muitas pousadas no Pantanal já se atentaram para o filão e têm entre os chamarizes de hospedagem, a possibilidade da observação de aves.

O governo do Estado também já percebeu o filão, e no ano passado promoveu o 1º Avistar MS, entre os dias 4 e 6 de outubro, no Parque das Nações Indígenas. O evento tinha como objetivo difundir e popularizar a prática da observação de aves em Mato Grosso do Sul em valorização a rica diversidade biológica do Cerrado e Pantanal. Neste ano, o evento vai acontecer entre 6 e 9 de novembro, também no Parque das Nações Indígenas.

*As fotos foram reproduzidas do grupo de observadores de aves de Campo Grande, segue crédito.

Foto 1 e 2 – Diogo Gonçalves

Foto 3 – Arara Canindé, por Marco Antonio Lemos

Foto 4 – Beija Flor de Veste Preta, por Geancarlo Merighi

Foto 5 – Casal de Saí-Andorinha, por Diego Saldanha

Foto 6 – Choca-barrada, por Rose Lopes Weiss

Foto 7 – Coruja Orelhuda, por Marco Antonio Lemos

Foto 8 – Garça-azul Carlos, por Iracy Coelho Neto

Foto 9 – Garça-branca-grande, por Rose Lopes Weiss

Foto 10 – Garça-branca-pequena, por Carlos Iracy Coelho Neto

Foto 11 – Gavião-tesoura, por Gleidson Melo

Foto 12 – Maçarico de bico torto, por Carlos Iracy Coelho Neto

Foto 13 – Maria-faceira, por Geancarlo Merighi

Foto 14 – Pitiguari, por Carlos Iracy Coelho Neto

Foto 15 – Tucano de bico preto, por Carlos Iracy Coelho Neto

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