Dunga ironiza sobre gesto e volta a se indispor com Globo

O técnico Dunga voltou a falar nesta segunda-feira, em Cingapura, sobre a discussão que teve com um integrante da comissão técnica argentina na vitória da seleção brasileira no Superclássico das Américas, no último sábado. Questionado sobre o momento em que é flagrado pelas câmeras esfregando repetidamente o nariz – um gesto que foi interpretado por […]

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O técnico Dunga voltou a falar nesta segunda-feira, em Cingapura, sobre a discussão que teve com um integrante da comissão técnica argentina na vitória da seleção brasileira no Superclássico das Américas, no último sábado. Questionado sobre o momento em que é flagrado pelas câmeras esfregando repetidamente o nariz – um gesto que foi interpretado por veículos de imprensa de ambos os países como uma referência ao vício em cocaína do ex-craque Maradona – Dunga desconversou e ainda se indispôs com jornalistas da TV Globo, repetindo o que já ocorreu durante sua primeira passagem pela seleção, entre 2006 e 2010.

O desentendimento teve início quando o repórter Tino Marcos perguntou sobre o bate-boca que ofuscou a vitória de 2 a 0 do Brasil, em Pequim. “Dunga, a seleção foi muito elogiada no jogo contra a Argentina, não tomou gols, mas quando você faz uma avaliação do que aconteceu dentro campo, você faz uma avaliação sua também? Seu comportamento fora de campo, do seu ponto de vista, foi normal? Ou você se arrepende da insinuação de que o pessoal da Argentina usou drogas?”, questionou. Como de costume, Dunga apelou para a ironia, atribuindo o gesto a uma causa inusitada, o ar poluído da capital chinesa. “Bom, isso quem está falando é você. Como tinha muita poluição, tinha o nariz sempre trancado. Quem está falado que usou droga ou não é você.”

Em seguida, Dunga quis justificar sua atitude e defender sua personalidade forte – e, com isso, acabou admitindo que queria mesmo arrumar confusão ao final da partida. “Nós estamos trabalhando na seleção brasileira, e eu acredito que o torcedor brasileiro quer um time competitivo e com sangue na veia. Se quiser um time mais tranquilo e ponderado, aí depende das escolhas”, afirmou, irritado, o treinador. A pergunta de Tino Marcos acabou provocando outro incômodo: ao passar a resposta do treinador para o inglês, o tradutor do evento disse que a “menção sobre os jogadores usarem drogas veio do repórter”. Com isso, o narrador Galvão Bueno, que também estava presente à entrevista coletiva, pediu a palavra e, novamente em inglês, disse que o repórter de sua emissora não havia falado nada sobre os jogadores argentinos em sua pergunta. Em seguida, Tino Marcos refez sua pergunta e especificou que se referia a um auxiliar argentino. Com o microfone desligado, Dunga seguiu discutindo com o jornalista: “Mas não foi isso que você falou”.

Dunga já havia comentado sobre o episódio ao final da partida do último sábado. Na ocasião, ainda no estádio Nacional Ninho do Pássaro, em Pequim, Dunga disse que havia discutido com o massagista argentino. “Ele cria confusão no showbol, no basquete, no vôlei… Ele não é ninguém. Podem ver que em todas as brigas ele está lá. O rapaz quer um minuto de glória. Nada contra a profissão dele, mas podem notar que há confusão em todos os jogos em que ele está”, insistiu. A seleção brasileira voltará a campo nesta terça-feira, às 7h45 (de Brasília), contra o Japão, em Cingapura. No treino desta manhã, Dunga e Neymar reclamaram das condições do gramado.

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