Dólar sobe 0,52% e se aproxima de R$ 2,25, com PIB dos EUA

O dólar fechou em alta nesta quarta-feira, aproximando-se do teto informal de R$ 2,25, após o crescimento da economia dos Estados Unidos surpreender positivamente e alimentar expectativas de que o Federal Reserve teria margem para aumentar os juros mais cedo que o esperado. A moeda americana subiu 0,52%, a R$ 2,2427 na venda, após bater […]

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O dólar fechou em alta nesta quarta-feira, aproximando-se do teto informal de R$ 2,25, após o crescimento da economia dos Estados Unidos surpreender positivamente e alimentar expectativas de que o Federal Reserve teria margem para aumentar os juros mais cedo que o esperado.

A moeda americana subiu 0,52%, a R$ 2,2427 na venda, após bater R$ 2,2610 na máxima da sessão, com alta de 1,34%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 2 bilhões.

A última vez que a divisa dos EUA fechou acima de R$ 2,25 foi em 17 de julho, quando a queda de um avião malaio no leste da Ucrânia provocou aversão a risco generalizada, mas voltou a patamares mais baixos já no dia seguinte. “O PIB dos EUA ajudou a levar o dólar a R$ 2,26, o que não acontecia há algum tempo. Mas, como sempre, o pessoal aproveita e realiza quando chega a esses patamares”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, para quem a moeda dos EUA deve voltar à casa dos R$ 2,22 nos próximos dias.

A divisa americana tem operado entre R$ 2,20 e R$ 2,25 desde o início de abril, com apenas breves exceções nos últimos dois meses, diante das fortes atuações do Banco Central brasileiro no mercado local. Boa parte dos especialistas avalia que cotações nesse intervalo agradariam à autoridade monetária, pois não impactam a inflação ou as exportações.

Nesta sessão, o BC vendeu a oferta diária total de até 4 mil swaps cambiais, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, todos com vencimento em 2 de fevereiro de 2015, em volume equivalente a US$ 198,8 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de junho de 2015, mas nenhum foi vendido.

O BC também vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem no início de agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 70% do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.

Economia forte

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 4% em termos anualizados no segundo trimestre, ante estimativas de 3%. A cifra indica forte retomada do crescimento após a contração no primeiro trimestre e ampara expectativas de bom desempenho nos últimos seis meses deste ano.

“Com a recuperação da economia (dos EUA) tomando corpo, o mercado começa a se preparar para mudança na política monetária”, afirmou pela manhã o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo. “Parece que o que é bom para os Estados Unidos, é ruim para o mercado”, acrescentou.

Juros mais altos nos EUA tenderiam a atrair capitais atualmente aplicados em outros países. Por isso, o dólar também subiu frente ao euro, ao iene, entre outros. Nas duas últimas horas do pregão, o dólar perdeu força sobre o real, voltando a ficar abaixo de R$ 2,25, após a divulgação da decisão de política monetária do Fed. Segundo analistas, o documento não trouxe surpresas e reforçou a percepção de que o banco central dos EUA está confortável com a manutenção das taxas de juros baixas.

O Fed anunciou novo corte de US$ 10 bilhões nas compras mensais de títulos, a US$ 25 bilhões, e melhorou sua avaliação da economia dos EUA, mas reiterou que não tem pressa para aumentar os juros. A maior parte do mercado projeta que a alta nos juros norte-americanos só deve ocorrer em meados de 2015. Pesou ainda nesta sessão a disputa pela formação da Ptax de julho, no dia seguinte, que tende a trazer mais volatilidade às negociações no mercado local.

O BC brasileiro fará na quinta-feira leilão de até US$ 2,25 bilhões com compromisso de recompra no início de 2015 para rolar a linha que vence em 1º de agosto. Segundo dados do BC, esse é exatamente o mesmo valor que ainda resta para ser recomprado de outros leilões já feitos. No último leilão de linha, em junho, a autoridade monetária não vendeu nenhum contrato da oferta de até US$ 3,5 bilhões.

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