Dólar fecha em alta de 1% e se aproxima de R$ 2,43

O dólar subiu mais de 1% nesta segunda-feira e voltou a se aproximar do nível de R$ 2,43, com investidores se protegendo da possível aceleração da redução do estímulo econômico nos Estados Unidos e sob fluxos de saída de divisa, apesar das expectativas de que o Banco Central brasileiro possa intensificar suas intervenções. Pesou ainda […]

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O dólar subiu mais de 1% nesta segunda-feira e voltou a se aproximar do nível de R$ 2,43, com investidores se protegendo da possível aceleração da redução do estímulo econômico nos Estados Unidos e sob fluxos de saída de divisa, apesar das expectativas de que o Banco Central brasileiro possa intensificar suas intervenções. Pesou ainda a aversão a risco sobre os mercados emergentes que tem afetado os mercados financeiros nos últimos dias.

A moeda avançou 1,17%, a R$ 2,4260 na venda após bater R$ 2,4276 na máxima e R$ 2,3910 na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,4 bilhão. “A preocupação do mercado continua sendo se resguardar da decisão do Fed. Qualquer vacilo acaba levando o pessoal a se proteger”, afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Investidores trabalham sob expectativa de que o FED possa anunciar na quarta-feira mais um corte de US$ 10 bilhões em seu programa de compras mensais de títulos, ante os atuais US$ 75 bilhões, reduzindo ainda mais a oferta global de liquidez. Mas o mercado ainda especula sobre a possibilidade de que o banco central norte-americano acelere o processo de retirada do estímulo, adicionando um componente de incerteza nas praças financeiras.

Desde a semana passada, somou-se a essa ansiedade uma onda global de preocupação com a situação econômica dos mercados emergentes. Só na última quinta-feira, o peso argentino desabou 11% sobre o dólar. Contudo, analistas afirmam que a perspectiva de que o Banco Central brasileiro possa intensificar as atuações de forma a evitar que o fortalecimento do dólar contamine a inflação tende a amortecer os movimentos do câmbio do mercado doméstico.

“O pessoal já sabe que o BC aqui está de olho, principalmente com as declarações do Tombini de hoje”, afirmou o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou em Londres que a autoridade monetária está trabalhando para combater o repasse do câmbio aos preços.

A constante presença do BC no câmbio levou o dólar a operar dentro da banda de R$ 2,35 a R$ 2,40 praticamente desde o início do ano, considerada pelo mercado como interessante para ajudar nas exportações brasileiras sem pressionar a inflação. “Vamos ver se o BC vai ter uma reação a essa escalada. Se a alta se confirmar, ele vai ter de atuar, porque ele precisa segurar a inflação de algum jeito”, afirmou o analista da corretora SLW Pedro Galdi.

Nesta sessão, a autoridade monetária deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de 4 mil swaps tradicionais – equivalentes à venda futura de dólares – distribuídos entre 2,2 mil contratos com vencimento em 1º de setembro e 1,8 mil contratos com vencimento em 1º de dezembro deste ano. A operação teve volume equivalente a US$ 197,2 milhões.

Além disso, fez a oitava etapa da rolagem dos swaps que vencem em 3 de fevereiro, vendendo a oferta total de 25 mil swaps. Com isso, restam apenas cerca de 10% do lote total do mês que vem, equivalente a US$ 11,028 bilhões. Mesmo assim, analistas esperam que o mercado doméstico seja afetado pela onda de volatilidade que varre os mercados emergentes. Esse cenário deve ser acentuado pela disputa pela formação da Ptax de janeiro, no último pregão do mês. “Em breve deve começar a briga pela Ptax. Como o mercado lá fora já está volátil, o nosso também deve mexer bastante”, afirmou o operador de um banco nacional.

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