DNA de corpos em vala aumenta mistério sobre estudantes no México

O desaparecimento de 43 estudantes na cidade de Iguala, no México, ganhou contornos ainda mais misteriosos com o anúncio de que testes de DNA realizados em 28 corpos encontrados numa vala comum tiveram resultado de identificação negativo. A informação foi divulgada pelo procurador-geral do México, Jesus Murillo Karam. Investigadores também farão testes de DNA em […]

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O desaparecimento de 43 estudantes na cidade de Iguala, no México, ganhou contornos ainda mais misteriosos com o anúncio de que testes de DNA realizados em 28 corpos encontrados numa vala comum tiveram resultado de identificação negativo.

A informação foi divulgada pelo procurador-geral do México, Jesus Murillo Karam. Investigadores também farão testes de DNA em restos mortais encontrados em outras quatro valas comuns descobertas na região.

Os estudantes foram visto pela última vez em um enfrentamento com a polícia durante um protesto nas ruas de Iguala em 26 de setembro; desde então, não se tem mais informações sobre eles.

Pelo menos 50 pessoas já foram presas, a grande maioria policiais, sob suspeita de terem entregado os estudantes para uma gangue de traficantes – a Guerreiros Unidos, conhecida por cooptar policiais corruptos.

Para as famílias dos estudantes, muitas delas montando vigília diária em Iguala, a confirmação de que os corpos da vala comum não são dos desaparecidos traz esperança de que o grupo ainda possa ser encontrado com vida.

O episódio chocou os mexicanos e gerou críticas internacionais ao presidente Enrique Peña Nieto. A OEA (Organização dos Estados Americanos), a ONU e parlamentares europeus pediram o esclarecimento imediato do caso.

Peña Nieto prometeu punir os responsáveis e classificou o incidente como “chocante, doloroso e inaceitável”.

Os estudantes são provenientes da Escola Normal Rural Raul Isidro Burgos, em Ayotzinapa, no Estado de Guerrero – conhecida entre militantes de esquerda como uma espécie de “celeiro de guerrilheiros” por conta de sua orientação socialista.

O grupo tinha ido às ruas de Iguala pedir verbas e transporte para participar de manifestações na Cidade do México para marcar o aniversário do Massacre de Tlatelolco, em 1968, quando entre 200 e 300 estudantes foram mortos pela polícia durante um protesto.

Na segunda-feira, colegas e professores de Ayotzinapa protestaram na cidade de Chilpancingo contra o que vêem como demora nas investigações sobre o desaparecimento. O protesto resultou na depredação da sede do governo estadual – os manifestantes exigem a renúncia do governador Angel Aguirre.

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