Diretor da Match envolvido em máfia de ingresso se entrega

O britânico Raymond Whelan, diretor da Match, empresa ligada à Fifa, se entregou no início da tarde desta segunda-feira à Justiça, segundo a assessoria de imprensa do advogado do inglês. Foragido desde a semana passada e acusado de ser um dos líderes da quadrilha que vendia ingressos da Copa do Mundo ilegalmente, ele está na […]

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O britânico Raymond Whelan, diretor da Match, empresa ligada à Fifa, se entregou no início da tarde desta segunda-feira à Justiça, segundo a assessoria de imprensa do advogado do inglês. Foragido desde a semana passada e acusado de ser um dos líderes da quadrilha que vendia ingressos da Copa do Mundo ilegalmente, ele está na carceragem do Tribunal de Justiça do Rio, de acordo com a assessoria do advogado Fernando Fernandes.

Inicialmente, Whelan ficou na carceragem aguardando um carro da Polícia Civil para encaminhá-lo para a Polinter, transferência que ocorreu no meio da tarde desta segunda, segundo a assessoria de imprensa do TJ. Ainda não há informações sobre se ele será levado a algum presídio do Estado.

Whelan se apresentou à desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal do Rio, relatora do processo contra ele. Whelan estava acompanhado de seu advogado Fernando Fernandes, para quem disse, ao se apresentar, que “enfim, poderei iniciar minha defesa criminal”.

O advogado de Whelan analisa se vai entrar con algum recurso em favor do britânico no Tribunal de Justiça do Rio ou diretamente ao Superior Tribunal de Justiça ou ao Supremo Tribunal Federal. A 6ª Câmara Criminal do Rio ainda tem que julgar o mérito de um habeas corpus em que a liberdade de Whelan foi pedida. Inicialmente, previa-se que esse julgamento poderia acontecer nesta terça-feira, mas a desembargadora Rosita Netto deve pedir informações sobre o caso à polícia e ao Ministério Público sobre novos fatos que aconteceram no caso nos últimos dias. Por isso, é pouco provável que a 6ª Câmara Criminal julgue o mérito do habeas corpus nesta terça.

Na terça-feira passada, uma juíza de plantão concedeu um habeas corpus ao britânico, mandando soltá-lo, por entender que não havia razão para ele ficar preso temporariamente. Whelan foi, então, solto após passar menos de 12 horas na cadeia. Depois, na quinta-feira, a juíza Joana Cortes, do Juizado do Torcedor, decretou a prisão preventiva dele e de mais 10 acusados e recebeu denúncia do Ministério Público contra eles.

O advogado Fernando Fernandes vem afirmando que a decisão da magistrada Joana Cortes é ilegal, porque contradiz a liminar dada no plantão judiciário. Nesta terça-feira, os três desembargadores da 6ª Câmara vão decidir se reformam ou não a decisão dada em plantão judiciário que mandou soltar Whelan. Na prática, o TJ pode decidir que ele deve ser solto novamente.

O caso

Whelan foi preso pela primeira vez na última segunda-feira (7), acusado de envolvimento em uma máfia de ingressos que repassaria entradas para cambistas. Raymond Whelan foi indiciado como fornecedor de ingressos para o argelino Lamine Fofana, preso no Rio de Janeiro e apontado como o responsável por administrar o esquema da venda ilegal de bilhetes. Desde 20 de junho, houve cerca de 900 ligações de Whelan a Fofana. Nas gravações, ingressos para a final eram negociados por US$ 14 mil.

O britânico seria, portanto, o responsável por conseguir as entradas para revenda, muitas delas em locais muito visados como camarotes. Whelan não é funcionário da Fifa, mas tem atuação ligada à entidade, já que a Match negocia pacotes e credenciou hotéis para a Copa do Mundo. Phillip Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, é um dos acionistas.

O diretor da Match foi solto ainda na madrugada da última terça-feira (8) e fugiu do hotel em que estava hospedado pouco antes da polícia voltar a buscá-lo com um mandado, na última quinta-feira. Ele estava foragido desde então, mas resolveu se entregar nesta segunda-feira, um dia após a final do torneio disputada no Maracanã, no próprio Rio de Janeiro.

Em nota, a Fifa afirmou que se comprometerá a ajudar as autoridades competentes no caso e se colocou à disposição da Justiça brasileira.

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