Dilma diz que campanha teve momentos lamentáveis
Nas últimas horas de uma campanha histórica, a ainda candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) mostrou pressa antes de participar do café da manhã e votar em Porto Alegre. “Chegou o dia, então vai ser rapidinho”, avisou Dilma aos repórteres que se aglomeravam num brete à frente do salão do Hotel Plaza São Rafael onde […]
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Nas últimas horas de uma campanha histórica, a ainda candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) mostrou pressa antes de participar do café da manhã e votar em Porto Alegre. “Chegou o dia, então vai ser rapidinho”, avisou Dilma aos repórteres que se aglomeravam num brete à frente do salão do Hotel Plaza São Rafael onde ocorreria, logo depois, o café da manhã com apoiadores. E foi. Por exatos 3min58seg, a presidente, que busca o segundo mandato, apresentou voz rouca e fisionomia cansada, mas revelou tranquilidade e precisão para colocar as frases de forma pausada ao se pronunciar.
Na única pergunta que respondeu, Dilma afirmou que a campanha de 2014 teve momentos lamentáveis e apontou que foram “usadas formas de tratamento indevidas”, sem se referir a episódio específico. Mesmo assim, ela espera rejeição dos eleitores às investidas. “Acho que a população não endossou”, apostou a presidente, que no ato seguinte se reuniria com apoiadores, no Hotel Plaza São Rafael, preferindo beliscar algumas frutas. Depois de dez minutos, ela seguiu à Escola Estadual Santos Dumont, onde votou, acompanhada pelo governador Tarso Genro.
Apesar de admitir que a campanha teve situações em que o “nível não foi tão alto”, a presidente frisou que o período criou oportunidades para confrontar opiniões e ”fazer um debate sadio que a democracia exige”. Ela lembrou que a mudança marcou o pleito, desde a morte do candidato Eduardo Campos, que gerou reviravoltas. A presidente enalteceu que o voto era símbolo de fortalecimento da democracia. “É nesse exercício que as pessoas podem externar suas opiniões, ter uma clara opção em relação ao caminho que querem que o Brasil siga”, preveniu a candidata, que tinha ao lado o governador e candidato à reeleição Tarso Genro e sua vice na disputa, Abgail Pereira.
”Eu disse nessa campanha que dois projetos hoje chegariam para que as pessoas pudessem escolher. Um que acredito que vai fazer com que o Brasil continue mudando para as pessoas crescerem”, contrastou, ressaltando a diferença. Dilma ressaltou que não permitirá que “nada nesse mundo, nem crise, nem pessimismo, tire de você que está aqui nos assistindo o que você conquistou”. A presidente renovou sua aposta no impacto das ações de seu governo que, segundo ela, melhoraram a educação, saúde e segurança, e reforçou que o País “será e continuará sendo uma das maiores nações democráticos desse planeta”.
Na saída da presidente, um pequeno tumulto se formou no caminho entre o salão interno, o hall do hotel e a porta de saúde, quando o apresentador do programa CQC, da TV Bandeirantes, Oscar Filho, tentou se aproximar de Dilma. Oscar queria que a presidente colocasse os óculos pretos, marca do programa. “Deixa ele, deixa ele”, reagiu Dilma, em meio o bloqueio de seguranças para que o apresentador não alcançasse a chefe do governo, que não atendeu ao pedido. Dilma passou sorrindo em meio ao cordão de assessores e seguranças. Eram mais de 20 homens de preto circundando a presidente. Oscar filho acabou topando com a porta de frio da saída e foi ao chão.
Quem estava no salão do café da manhã ouviu manifestação da candidata no mesmo tom e conteúdo proferidos minutos antes à imprensa. A presidente reforçou o compromisso com ganhos na área social e mudanças em padrão de renda e decretou que “o dia era de luta”. Ela ressaltou que o processo eleitoral estava nas mãos do povo brasileiro e que o dia seria de decisão. Dilma falou por cinco minutos para um grupo de cerca de cem pessoas, bem mais selecionado do que o do café do primeiro turno.
Estavam no salão três ministros (Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário, Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e Henrique Paim, da Educação), além de membros do primeiro escalão do governo federal, secretários do governo gaúcho e lideranças de partidos aliados. Eliseu Padilha, deputado federal do PMDB, representou o vice-presidente e candidato à reeleição, Michel Temer, no encontro pré-urna.
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