Delcídio é citado em denúncia de suposta fraude na CPI da Petrobras

Confira o vídeo: candidato do PT ao Executivo estadual teria atuado em favor do governo federal para forjar depoimentos à CPI no Congresso.

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Confira o vídeo: candidato do PT ao Executivo estadual teria atuado em favor do governo federal para forjar depoimentos à CPI no Congresso.

O candidato do PT ao governo de Mato Grosso do Sul, senador Delcídio do Amaral, poderá responder por quebra de decoro parlamentar por ter participado, segundo a revista Veja, de suposto esquema para forjar depoimentos à CPI da Petrobrás. Vários ouvidos no caso teriam, segundo a publicação, recebido previamente perguntas e, além disso, com auxílio de lideranças ligadas diretamente ao governo federal, combinado as respostas entre si.

A denúncia da suposta fraude foi revelada em reportagem da própria Veja. Nela, a revista revela um vídeo, com 20 minutos de duração, de reunião entre o chefe do escritório da Petrobrás em Brasília (DF), José Eduardo Sobral Barrocas, um advogado da empresa, Bruno Ferreira, e uma terceira pessoa, ainda desconhecida, na qual é tramada “uma fraude caracterizada pela ousadia de obter dos parlamentares da CPI da Petrobrás as perguntas que eles fariam aos investigados e, de posse delas, treiná-los para responder a elas”, conforme descreve texto da própria revista.

Os partidos da oposição querem anular os depoimentos prestados à CPI da Petrobrás, em tese criada para investigar, principalmente, irregularidades na compra de uma refinaria em Pasadena, no Texas, Estados Unidos. A matéria da Veja indica que Delcídio teria atuado em favor do governo no sentido de forjar o ‘teatro’ sobre o caso.

“Segundo lideranças dos partidos ouvidas pelo site de Veja, os parlamentares envolvidos podem responder por quebra de decoro – como os senadores José Pimentel (PT-CE) e Delcídio Amaral (PT-MS). No caso de Pimentel, a oposição exige que ele seja destituído imediatamente da relatoria da CPI”, relata outro trecho publicado.

A Procuradoria Geral da República também deve ser acionada para apurar o caso. Lideranças de oposição ao governo de Dilma Rousseff comparam o descrito na denúncia “à recusa de um delegado ou um promotor em investigar um suspeito por interesse pessoal”.

Veja garante ter obtido acesso a gravações comprovando a existência da manipulação por parte do governo federal. Nelas, conforme a mesma fonte, “Barrocas revela que um gabarito foi distribuído aos depoentes mais ilustres para que não houvesse contradições em nenhuma das oitivas”.

E mais: a revista denuncia que Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais; Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do governo no Senado; e Carlos Hetzel, secretário parlamentar do PT na Casa, formularam as perguntas que acabariam sendo apresentadas ao ex-diretor Nestor Cerveró. Este, por sua vez, é apontado como o autor de análise recomendou a compra da refinaria de Pasadena, no qual a Petrobrás teve prejuízo de quase US$ 1 bilhão.

A reportagem do Midiamax tentou contato com o senador Delcídio do Amaral, por volta das 19h30 deste sábado (2). Segundo sua assessoria, o candidato participa de evento político e retornaria às ligações tão logo fosse possível. Às 21 horas, a assessoria do senador divulgou nota: /noticias/921823-delcidio+se+diz+apreendido+nega+participacao+suposta+fraude+cpi+petrobras.html#.U92VgGd0y70

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