Crianças são incendiadas em ataques no Maranhão
A crise no sistema carcerário no Maranhão ganhou as ruas anteontem (3) à noite. Bandidos queimaram cinco ônibus e atacaram uma delegacia. Eles jogaram gasolina e atearam fogo nos coletivos enquanto os passageiros ainda estavam nos veículos. A ação deixou cinco feridos, quatro deles em estado grave. Entre as vítimas estão duas crianças. A polícia […]
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A crise no sistema carcerário no Maranhão ganhou as ruas anteontem (3) à noite. Bandidos queimaram cinco ônibus e atacaram uma delegacia. Eles jogaram gasolina e atearam fogo nos coletivos enquanto os passageiros ainda estavam nos veículos. A ação deixou cinco feridos, quatro deles em estado grave. Entre as vítimas estão duas crianças. A polícia deteve sete suspeitos.
Os ataques aconteceram em São Luís e em São João de Ribamar, município vizinho à capital. Em um dos ônibus queimados uma menina de 6 anos teve 90% de seu corpo queimado. Ela está internada no Hospital Municipal Clementino de Moura. A garota estava com sua mãe e com uma irmã de 1 ano e 4 meses, que também ficaram feridas com gravidade pelo fogo. Um outro passageiro, Marcos Rony, também teve de ficar internado no hospital.
A ordem para os ataques partiu de bandidos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital. Dos detidos, três são suspeitos do ataque à 9ª Delegacia de Polícia, no bairro de São Francisco, em São Luís. Um deles já cumpriu pena em Pedrinhas. Os outros quatro são adolescentes. Eles confessaram o ataque a um ônibus.
A polícia ainda investiga se a execução do policial militar reformado Antônio César Cerejo, ocorrida no bairro do Maracanã, zona rural da capital, tem ligação com a onda de terror promovida pelos membros de duas facções criminosas que lutam pelo controle do tráfico de drogas. Por causa da insegurança, o Sindicato dos Rodoviários de São Luís decidiu que os motoristas e cobradores iam recolher os coletivos a partir das 18h de ontem até as 5 horas de hoje.
Essa nova onda de ataques seria uma reação ao fato de a PM, com o apoio da Força Nacional de Segurança, ter assumido o controle do Presídio de Pedrinhas. A medida foi uma reação do governo aos assassinatos na cadeia. Em 2013, 59 presos foram mortos no complexo, o que seria mais do que o total de mortes na prisão desde 2009. Neste ano, após a chegada da PM, dois detentos foram mortos.
O governo do Maranhão informou que os mandantes dos ataques já foram identificados e que está reforçando o policiamento na capital. Em 2013, aconteceram 807 homicídios em São Luís.
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