COI defende veto a manifestações e destaca apoio de Putin

Ao longo de todo o mês de fevereiro, a cidade de Sochi (Rússia) conviveu com uma situação de tensão: a possibilidade de manifestações públicas durante a realização da Olimpíada de Inverno de 2014. De fato, elas aconteceram, e tiveram grande repercussão internacional – mas não tiraram o sono do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Ao longo de todo o mês de fevereiro, a cidade de Sochi (Rússia) conviveu com uma situação de tensão: a possibilidade de manifestações públicas durante a realização da Olimpíada de Inverno de 2014. De fato, elas aconteceram, e tiveram grande repercussão internacional – mas não tiraram o sono do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach.

Bach concedeu entrevista coletiva neste domingo em Sochi e não escapou de perguntas sobre manifestantes. Diante da possibilidade de protestos de atletas contra as leis russas contra relações sexuais não tradicionais, conhecidas como “leis antigays”, o COI lembrou que a Cartilha Olímpica pede para que nenhum competidor se manifeste sobre determinados assuntos em eventos esportivos. Questionado, Thomas Bach defendeu a postura e afirmou que o veto de manifestações em estádios preservou quem pudesse se sentir atacado.

“A missão do COI é assegurar que a Cartilha Olímpica se aplique aos jogos e aos participantes, para proteger os atletas de demonstrações políticas nos Jogos Olímpicos. Cabe a cada um, ele ou ela, expressar sua opinião em conversas privadas. Mas aos outros competidores, eles precisam ser protegidos de declarações políticas”, disse Bach, que foi além.

“Os Jogos Olímpicos não são sobre discordâncias políticas, confrontos políticos. São sobre mostrar que vocês podem ter discordâncias, vir de cenários diferentes, ter orientações sexuais diferentes, mas podem competir juntos, viver juntos, compartilhar refeições e se respeitar. Esta é a missão dos Jogos Olímpicos e do COI. Esta missão foi cumprida aqui durante esses Jogos Olímpicos”, completou
Entre os atletas, houve vários casos de competidores de diversas nacionalidades que tentaram homenagear a snowboarder canadense Sarah Burke, que morreu em 2012 durante um acidente, mas que também foram proibidos diante de tal determinação.

No entanto, o caso mais famoso – que não foi citado especificamente na entrevista coletiva – aconteceu fora das instalações olímpicas, no Porto de Sochi: a banda Pussy Riot foi presa e agredida pela polícia local ao tentar gravar imagens para o clipe de uma música de protesto contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin. O presidente do COI, no entanto, não acredita em imagem arranhada de Putin após a Olimpíada de Inverno de 2014, e compara os benefícios ao governo de Putin aos alcançados pela Alemanha com a Copa do Mundo de 2006.

“Em todos os grandes eventos, o país – e também o líder politico – se beneficia do sucesso do evento. Vimos isso em nosso país, na Copa do Mundo, em 2006. Não acho que o governo alemão ou os lideres do governo alemão reclamaram de se associarem à Copa do Mundo. Tenho lembranças de que eles aproveitaram de se associar com a Copa do Mundo, com os jogadores, com todo mundo”, analisou o alemão.

“Putin desenvolveu um papel importante na preparação dos Jogos Olímpicos – não apenas ele, mas todo o governo. Se não fosse o caso, estaríamos com um humor diferente. Com os esforços do governo e do povo russo, um grande sucesso foi possível. Putin sempre respeitou a Cartilha Olímpica aqui, durante estes Jogos. Não nos lembramos de nenhuma ação dele na qual ele passaria dos limites, fazendo gestos ou dando passos que não seriam legítimos”, completou.

Conteúdos relacionados