Busca pela real identidade marca espetáculo ‘umnenhumcemmil’
O espetáculo “umnenhumcemmil”, escrito pelo dramaturgo italiano Luigi Pirandello e encenado pelo ator Cacá Carvalho, chega a Campo Grande nos dias 22 e 23 de fevereiro para ser apresentado no Centro Cultural José Octávio Guizzo, sempre às 20 horas. A peça conta com patrocínio do Ministério da Cultura, da Petrobrás e com o apoio da […]
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O espetáculo “umnenhumcemmil”, escrito pelo dramaturgo italiano Luigi Pirandello e encenado pelo ator Cacá Carvalho, chega a Campo Grande nos dias 22 e 23 de fevereiro para ser apresentado no Centro Cultural José Octávio Guizzo, sempre às 20 horas. A peça conta com patrocínio do Ministério da Cultura, da Petrobrás e com o apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Há mais de 20 anos o ator Cacá Carvalho está vivendo um processo de tradução de obras Luigi Pirandello para o Teatro. Este é mais um projeto entre a Casa Laboratório para as Artes do Teatro e Fondazione Pontedera Teatro / Itália. O primeiro espetáculo entre eles sobre o autor foi – O Homem com a Flor na Boca – encenado por ele em 1993 a partir de um texto teatral único. Em 2003 veio “A Poltrona Escura”, composto a partir da leitura de três diferentes novelas.
Agora é a vez de “umnenhumcemmil”, baseado no romance “Um, Nenhum e Cem Mil”, cuja adaptação foi traduzida pelo próprio Cacá Carvalho. Todos em parceria com o diretor italiano Roberto Bacci, o dramaturgo Stefano Geraci, além de outros profissionais da Fondazione Pontedera Teatro, na Itália.
Neste percurso, as montagens evidenciam diferentes realidades do homem contemporâneo, angústias, o grotesco e o poético do ser humano. Em “O Homem…” o personagem encontra-se frente à consciência da morte, em “A Poltrona…”, ele está diante do sentido da própria existência. Já em “umnenhumcemmil” está à procura de sua real identidade, diferente da que encara diante dos outros, de si mesmo frente ao espelho e ainda de como o veem as outras pessoas.
A última parte da Trilogia Pirandello trata da estória de Vitângelo Moscarda. Casado, um dia diante de um espelho ouve de sua esposa um divertido comentário sobre o seu nariz que “cai” para a direita. Sem nunca ter notado este fato, ele começa a questionar-se dos porquês que ele nunca se enxergou como todos o enxergavam.
Nesta busca de entender-se o personagem Vitângelo Moscarda, apelidado de Gengé, decide fazer um autoexperimento que consiste na destruição da própria imagem social. Projeto que, de forma cômica, patética ou poética, leva a cabo com tamanho sucesso, convertendo-se de homem rico e bem-sucedido a um simples ajudante de limpeza de uma casa de repouso construída sob seu patrocínio, onde ele se interna. Gengé, como é apelidado pela mulher, deixa de ser um e passa a ser nenhum.
“Além da questão da identidade, o texto e espetáculo suscitam algumas perguntas que me servem como material de trabalho artístico e pessoal: O que fazer com a herança educacional, cultural, familiar, que todos temos? Como administrar, desenvolver, fazer outros investimentos neste “banco” pessoal do qual somos os proprietários?”, questiona Cacá Carvalho. “Vitângelo Moscarda, decide levar tudo isso a falência. Mas nós não o fazemos um pouco, a todo instante? O experimento pessoal de “Gengé” ora se dá de forma cômica, ora patética, sem consciência de seus atos diante da consciência do que ele significa socialmente”.
Na encenação, o diretor Roberto Bacci optou por criar alguns lugares de plateia no palco, escolha que transforma estes espectadores em observadores ainda mais próximos desta empreitada, sem no entanto, que haja qualquer interação direta entre estes e o ator.
“A estrutura de ações ganhou mais força quando experimentamos trazer alguns espectadores para sentarem na cena, como uma espécie de testemunha de cena, acompanhando bem mais de perto o anulamento do personagem. Com plateia no palco, o espetáculo é feito por um só ator (entre outras pessoas) e não mais somente um monólogo”.
Conversa com artistas e gestores
Em Campo Grande, além da peça, Cacá Carvalho fará uma conversa aberta voltada para artistas e gestores culturais. A atividade é gratuita e acontece no dia 22 de fevereiro, das 17h às 19h, na sala Rubens Correa do Centro Cultural José Octávio Guizzo.
Serviço
O Centro Cultural José Octávio Guizzo fica na Rua 26 de Agosto, 453, entre a Calógeras e a 14 de Julho. Os ingressos custam R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia) e serão vendidos nos dias das apresentações, na bilheteria do teatro, a partir das 14h. Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. A duração é de 80 minutos e a classificação de 16 anos.
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