Brasileiros vão implementar programa de milho no Sudão

A empresa Brazilian Agroindustrial Company (BAC), dos empresários brasileiros Paulo Hegg e Gilson Pinesso, deve ajudar o Sudão a implantar o seu programa de milho e caminhar para a autossuficiência no abastecimento das criações de frango com o produto. A BAC cultiva atualmente 11 mil hectares no país árabe com algodão, milho, sorgo e feijão […]

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A empresa Brazilian Agroindustrial Company (BAC), dos empresários brasileiros Paulo Hegg e Gilson Pinesso, deve ajudar o Sudão a implantar o seu programa de milho e caminhar para a autossuficiência no abastecimento das criações de frango com o produto. A BAC cultiva atualmente 11 mil hectares no país árabe com algodão, milho, sorgo e feijão e atua no Sudão como parte da Sudanese Brazilian Agriculturarl Partnership (Sbmapa), que também é integrada pelo Ministério da Agricultura do Sudão e pela Asbnaco, empresa do grupo Aaaid.

A ideia de criar um projeto maior na área de milho foi do novo ministro da Agricultura do Sudão, Ibrahim Hamid, que conheceu o plantio da BAC e ficou encantando com a plantação do grão. Os sudaneses não têm o costume de consumir milho, mas o país importa a commodity para abastecer suas criações de frango. Hamid propôs o plantio de 45 mil hectares irrigados.

De acordo com informações de Hegg, o objetivo do ministro era que o plantio começasse em novembro, mas não haverá tempo hábil para providenciar toda a logística, como máquinas, fertilizantes e mão de obra. A BAC, então, deve plantar um total de 20 mil hectares nas terras em que já atua, em junho de 2015, e mais 25 mil hectares em novembro de 2015.

Hoje, toda a área em que a BAC cultiva não tem irrigação, a plantação depende da chuva. Por isso, o plantio do milho, por exemplo, é feito na metade do ano. Mas Hegg conta que a empresa está fazendo um plano de negócios para buscar financiamento e implantar nas suas lavouras o sistema de irrigação. Com isso, ela poderá fazer duas colheitas por ano.

O Sudão abate atualmente cerca de cem mil frangos ao dia. A última colheita de milho da BAC já teve como destino uma das grandes companhias do segmento, segundo Hegg. A partir da ideia do programa de milho, foram chamadas todas as indústrias da área e proposta a compra do produto local em vez da importação, o que foi apoiado. Elas viraram parceiras do projeto. A terra onde ocorrerá o cultivo ainda será definida. A BAC fará o plantio e o lucro será dividido.

Instituto de pesquisa

A BAC também está trabalhando para implementar um instituto de pesquisa agrícola no Sudão e desenvolver sementes adaptadas às terras do país árabe. A ideia foi apresentada pela empresa ao ministro da Agricultura, que a aceitou e deve buscar financiamento de fundos árabes para colocar o projeto em pé. Hegg já está em contato com empresas brasileiras de pesquisa, como a Embrapa, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Agro Norte, para serem parceiras. Ele também não descarta recorrer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) para crédito, se for necessário.

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