Arrecadação federal cai 1,6% e tem pior julho em quatro anos, diz Receita
Com o fraco desempenho da economia e com as desonerações de tributos feitas pelo governo, a arrecadação de impostos e contribuições federais, e das demais receitas, somou R$ 98,81 bilhões em julho deste ano. Com isso, recuou 1,6% frente ao mesmo mês do ano passado. Este também foi o menor resultado para meses de julho […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Com o fraco desempenho da economia e com as desonerações de tributos feitas pelo governo, a arrecadação de impostos e contribuições federais, e das demais receitas, somou R$ 98,81 bilhões em julho deste ano.
Com isso, recuou 1,6% frente ao mesmo mês do ano passado. Este também foi o menor resultado para meses de julho desde 2010, quando a arrecadação somou R$ 88,58 bilhões. Os valores, divulgados pela Receita Federal nesta sexta-feira (22), foram corrigidos pela inflação.
Copa do Mundo impacta resultado
As atividades econômicas, que já estavam lentas, praticamente estacionaram no mês de junho, quando começou a Copa do Mundo no Brasil. Segundo o Fisco, a arrecadação foi impactada por menos dias úteis naquele mês. Com menos produção e venda de produtos, entre outras atividades, o governo arrecada menos impostos.
“A arrecadação veio abaixo do que era esperado (…). A Copa do Mundo gerou um nível de atividade menor pela quantidade de dias úteis menor. O comércio fechava mais cedo. E isso é o que gera menos atividade das empresas. Afeta em parte o resultado das empresas e, também, a arrecadação”, declarou o secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes.
Acumulado de janeiro a julho
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, ainda de acordo com dados oficiais, a arrecadação federal totalizou R$ 677,41 bilhões. Deste modo, registrou estabilidade frente ao mesmo período do ano passado, uma vez que a alta real registrada nos valores arrecadados foi muito pequena (de somente 0,01%).
O aumento de apenas 0,01% no acumulado até julho é o menor deste ano. Na parcial do primeiro bimestre, por exemplo, a alta real (acima da inflação) era de 1,91%. Nos três primeiros meses de 2014, o crescimento foi de 2,08%, passando para um aumento real de 1,78% até abril. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a alta foi de 0,31% e, no primeiro semestre, o crescimento foi de 0,28%.
Desonerações
Para estimular o consumo, o governo tem feito desonerações, que são descontos ou isenções de impostos. Foi reduzida, por exemplo, a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros novos, móveis e eletrodomésticos da linha branca (como geladeiras e fogões). Medidas como essa também significam menor arrecadação federal. Segundo o governo, as reduções de tributos realizadas nos últimos anos tiveram impacto de R$ 58,81 bilhões no que o governo recolheu nos sete primeiros meses de 2014.
A arrecadação do IPI teve uma queda em termos reais (descontada a inflação) de 5,93% em julho ante mesmo período de 2013. No mês passado, o recolhimento total de IPI somou R$ 3,911 bilhões.
O recolhimento de IPI de automóveis mostrou aumento real de 26,27% sobre julho de 2013 (R$ 295 milhões), para R$ 373 milhões. No ano, o recolhimento de IPI sobre automóveis cresceu 12,24%, totalizando R$ 2,524 bilhões.
Além disso, segundo o Fisco, houve redução da arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) nos dois primeiros meses deste ano.
Outro fator que influenciou o resultado foram receitas extraordinárias registradas no ano passado, no valor de R$ 4 bilhões em depósitos judiciais, que são valores depositados por ordem judicial, e venda de participação societária em empresas.
De acordo com o governo federal, houve aumento ainda das compensações tributárias no acumulado deste ano. Nesses casos, as empresas conseguem deixar de pagar alguns tributos por terem créditos a compensar com a Receita (que tinha recolhido mais que o necessário). Isso também contribuiu para impedir uma alta maior da arrecadação.
Houve ainda a retirada do ICMS (imposto sobre mercadorias e serviços de transporte e comunicação) da base de cálculo do PIS e da Cofins (contribuições de seguridade social), acrescentou a Receita Federal.
Previsão para este ano
O secretário-adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, informou que foi mantida, até o momento, em cerca de 2% a estimativa do órgão para a alta real da arrecadação em todo ano de 2014. No início deste ano, a estimativa de alta real neste ano era de 3,5%. Ele admitiu, porém, a que previsão de alta será revista para baixo.
A expectativa do Fisco para o aumento real da arrecadação neste ano considera a previsão oficial do governo para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano – que está em 1,8%. O mercado financeiro, entretanto, já prevê um crescimento bem menor da economia em 2014, de 0,79%, o que também impactaria para baixo os valores arrecadados.
Por outro lado, o Fisco também já trabalha com a estimativa de uma arrecadação do Refis da Copa de R$ 18 bilhões neste ano. Esse programa permite que empresas com impostos atrasados paguem as dívidas em parcelas.
Neste ano, novamente, a União está se apoiando em receitas extraordinárias, como aquela proveniente de parcelamentos, além de concessões, para fechar as contas. O objetivo do governo, em 2014, é atingir a meta fiscal de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB, para todo o setor público (governo, estados, municípios e empresas estatais) fixada em fevereiro deste ano.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Viajando pela América do Sul, os alemães Uwe e Kerstin curtem natureza de MS em motorhome
Casal viaja pelo Brasil e Bolívia na companhia de seus dois cachorros
Comemoração do centenário Rádio Clube reúne atletas em corrida pela Afonso Pena
Percurso de sete quilômetros interditou trechos de cruzamentos da avenida
Imprensa internacional repercute prisão de Braga Netto e destaca proximidade com Bolsonaro
O Washington Post escreveu que Braga Netto foi formalmente acusado em novembro
Homem é agredido com mata-leão após pedir para vizinhos abaixarem o som no São Conrado
Vizinhos relataram que a vítima teria partido para cima de um deles antes de ser agredido
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.