Após reeleição de Dilma, dólar sobe 3% frente ao real e atinge R$ 2,53
O dólar chegou a disparar mais de 4% logo após a abertura dos negócios nesta segunda-feira, indo ao patamar de R$ 2,56 e voltando às máximas desde 2008, após a presidente Dilma Rousseff (PT) vencer a disputa contra Aécio Neves (PSDB) e conquistar a reeleição. Na Bolsa de Valores de São Paulo, o contrato futuro […]
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O dólar chegou a disparar mais de 4% logo após a abertura dos negócios nesta segunda-feira, indo ao patamar de R$ 2,56 e voltando às máximas desde 2008, após a presidente Dilma Rousseff (PT) vencer a disputa contra Aécio Neves (PSDB) e conquistar a reeleição. Na Bolsa de Valores de São Paulo, o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em dezembro opera em queda superior a 7%. O índice Bovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, abriu em queda e às 10h09m se desvalorizava 1,44% aos 51.191 pontos.
Às 9h08, a moeda americana subia 3,09%, a R$ 2,5318 na venda. Na máxima, chegou a subir 4,21%, a R$ 2,5605, maior nível intradia desde 5 de dezembro de 2008, quando atingiu R$ 2,6190.
Na sexta-feira, a divisa havia caído 2,26% em meio a rumores de que o desempenho de Aécio nas urnas seria melhor.
Embora o discurso da presidente reeleita tenha sido mais conciliador, apontando para mudanças em relação ao primeiro mandato, os investidores devem manter o tom pessimista, com a alta do dólar e queda da Bolsa, até que a presidente reeleita indique mudanças na condução econômica, especialmente na política fiscal, que vem sendo criticada por ser pouco transparente e muito frouxa.
“A prova dos nove virá com a nomeação da nova equipe econômica e os possíveis ajustes que poderão ser adotados na política econômica”, destaca a SulAmerica Investimentos em relatório.
Nas semanas que antecederam o segundo turno das eleições, os mercados financeiros no Brasil viveram uma verdadeira montanha russa, com alta volatilidade e oscilando conforme os rumores e a divulgação das pesquisas de intenção de voto. O dólar chegou a bater em R$ 2,50 e as ações de empresas estatais, como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil foram as mais afetadas, com quedas consectuivas.
BC mantém intervenções no câmbio
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, com oferta de até 4 mil swaps com vencimentos em 1º de junho e 1º de setembro de 2015. A operação ocorreu entre 9h30 e 9h40 e foram vendidos US$ 197,2 milhões.
O BC também fará nesta sessão mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 3 de novembro, que equivalem a US$ 8,84 bilhões, com oferta de até 8 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 80% do lote total.
Papéis da Petrobras caem com força em NY
Em Nova York, os recibos de ações (ADRs) da Petrobras recuavam mais de 15% na pré-abertura do pregão em Wall Street nesta segunda-feira, a US$ 10,95.
Operadores e analistas vinham mostrando insatisfação com as diretrizes econômicas do governo federal, avaliando que a reeleição de Dilma daria continuidade ao crescimento baixo, inflação elevada e intervenção relevante nas estatais.
“Se Dilma optar por um caminho diferente, pode conseguir acalmar o mercado. Caso insista em nomes que não são bem aceitos pelo mercado, teremos mais quatro anos extremamente ruins na economia. No primeiro momento, o mercado não irá dar o benefício da dúvida a ela”, disse o gestor de um fundo no Rio de Janeiro, pedindo para não ser identificado.
No caso específico de Petrobras, o UBS colocou a recomendação de “compra” e o preço-alvo de R$ 20 em revisão, citando incertezas relacionadas aos preços do petróleo e à taxa de câmbio, enquanto não espera mudanças ousadas na gestão da companhia após a eleição.
“Nós queremos saber como a estratégia da Petrobras para aumentar a lucratividade e cortar alavancagem pode mudar após as eleições”, disse o banco em nota.
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