Antes de terminar a faculdade, ele quis aprender idiomas e decidiu rodar o mundo
“Eu não queria terminar a minha formação sem saber outro idioma. Você pode fazer dez anos de curso, mas não é a mesma coisa. Não é a mesma experiência”, conta o jornalista Iuri Guerrero sobre a experiência de ter ficado 4 anos viajando, aprendendo outras línguas. A ideia inicial, diz, era aprender inglês, mandarim e […]
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“Eu não queria terminar a minha formação sem saber outro idioma. Você pode fazer dez anos de curso, mas não é a mesma coisa. Não é a mesma experiência”, conta o jornalista Iuri Guerrero sobre a experiência de ter ficado 4 anos viajando, aprendendo outras línguas.
A ideia inicial, diz, era aprender inglês, mandarim e algum outro idioma. Mas no meio do caminho muitas coisas aconteceram e ele saiu do Brasil para o Canadá, foi para a China e depois para a Índia. Antes disso ainda deu um rolezinho na Europa e passou ainda por Cuba e outros países latinos americanos.
Dos países que visitou fez de tudo. De trabalhador na construção civil a colhedor de flor de sal em uma fazenda na França, o jornalista se embrenhou em várias aventuras e revela que foi a melhor experiência que já se propôs a fazer. “Eu já tinha 23 anos e um propósito. Então juntei um pouco de dinheiro e fui para o Canadá. Fui eu e minha namorada da época. Ficamos quase um ano lá. Depois fui vendo outros destinos e fui seguindo”, diz sobre a viagem.
Do Canadá a Índia
No Canadá, ele estudou inglês e trabalhou na construção civil, onde exerceu as funções de pedreiro e pintor. Depois foi trabalhar como lavador de pratos e garçom. O trabalho do restaurante, diz, é um dos melhores para quem está viajando com pouca grana. “Trabalhar como lavador de pratos é uma das melhores possibilidades, porque você tem refeição paga. Sobra muita coisa em restaurante e você garante a refeição”, diz.
Com a refeição garantida, conseguiu juntar dinheiro para seguir viagem. Próximo destino: China. Mas antes dois meses de férias no Brasil. “Vim para o Brasil ficar uns dias, ver a família, resolver questões legais e depois fui para China. Eu queria aprender mandarim”, conta.
Ao chegar a China, a primeira aventura. A companhia aérea extraviou a bagagem. “A minha sorte é que eu havia descoberto o couchsurfing, que é um serviço de hospedagem pela internet, e a polonesa que me hospedou ajudou em tudo”, conta lembrando que se não fosse ela não saberia como ia resolver o problema, já que não dominava o idioma.
Os três meses que ficou na China foram suficientes para perceber que o mandarim não era tão fácil de se aprender. E quando viu só se comunicava em inglês. “Percebi que não ia aprender o mandarim, mas serviu para consolidar o inglês. Até aula dei em uma escolinha infantil”, lembra.
Decidiu então ir para a Índia. Antes planejou o roteiro e mandou mensagens pelo couchsurfing para encontrar hospedagens. Foram 22 dias no país que mais o encantou. “É um dos lugares que eu voltaria. A Índia é uma loucura. Tem vaca, elefante, de tudo na rua. E quando a vaca resolve parar? Todo mundo desvia, porque ela é sagrada lá”, pontua.
Europa
Depois o destino foi Londres, um dos preferidos dos brasileiros. Mas por incrível que pareça, Iuri não gostou da cidade, achou tudo caro e tratou de ir para outro lugar logo. “Fiquei em uma república com uns 15 brasileiros, era um cortiço. Tinha até carrapatos nas camas”, lembra.
Lá trabalhou, novamente, como lavador de pratos. A função novamente lhe garantia a refeição, já que tudo era muito caro e mal sobrava grana para outras coisas. “Não curti Londres. O que eu ganhava pagava meu aluguel e sobrava 20 libras, que dava para eu ir ao cinema, tomar uma cerva e acabou o dinheiro”.
Além disso, ele pontua que na Inglaterra tudo é gueto, o que acaba por impossibilitar de se inserir e curtir, realmente, o país. “À noite só tem maluco nas ruas. É gueto de brasileiro, gueto de africano. Tudo é gueto”, critica.
Cansado de lá, decidiu que queria aprender francês, mas como não havia conseguido juntar grana buscou maneiras alternativas. “Descobri que haviam fazendas orgânicas na França que trabalhavam com voluntários. Então fui e me voluntariei”, conta.
Na França, ele trabalhava de 4 a 5 horas por dia e depois pegava a bicicleta e ficava rodando a cidade, conhecendo as pessoas e os lugares. Nos 6 meses em que ficou na França foram 8 fazendas, em cidades diferentes, uma na montanha.
Neste período trabalhou em uma plantação de tomates, novamente na construção civil, e até colhendo flor de sal. “É um trabalho bem difícil”, lembra.
Até que descobriu que poderia estudar. Se inscreveu nas universidades de Boedeaux e Lannion. “A senhorinha que me hospedou me ajudou. Ai me inscrevi e fui aceito. Voltei para o Brasil para renovar o visto e parti outra vez”, conta.
Foram mais 10 meses, só que agora de estudos. O que o possibilitou de estagiar em um jornal lá. “Fiquei 3 meses estagiando”, conta. Depois foi para Paris trabalhar na Rádio França Internacional, onde escrevia em francês e traduzia para o português, as matérias que iam para o site do veículo.
‘Clandestino’
Da Europa foi para Cuba. E lá tinha que tomar cuidado pois tinha visto apenas de turista. “Eu entrava pelas portas dos fundos do apartamento onde fiquei. Era um apartamento que hospedava as pessoas clandestinamente”, conta.
Lá estudou espanhol, e nas outras horas passeava por Cuba e fazia matérias. Uma das que mais gostou, lembra, foi a que fala do candomblé cubano. “Elas chamam de santería. É muito interessante”, diz. Fez outras matérias, entre elas uma que mostrava uma editora de livros feitos a mão.
De Cuba desceu para a América do Sul e passou por Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, até chegar a Amazônia e terminar a viagem. Por estes locais foi fazendo jornalismo. No Equador falou do chapéu Panamá. Lá descobriu que o chapéu na verdade é equatoriano, e que leva esse nome porque os trabalhadores o usavam na época da construção do canal de Panamá.
Fez uma matéria na Colômbia sobre um projeto com agricultores familiares, que tratava de fazer esses agricultores pararem de plantarem coca para o refino da cocaína e produzirem café orgânico. “Achei incrível o trabalho que as ONGs internacionais fazem lá. Estimulando e fomentando a agricultura, sem ser a da coca”, diz
Para fazer a matéria foi até uma cabana, no meio da selva, e lá se surpreendeu com a solidariedade das pessoas. “Quando chegamos o agricultor tinha só arroz para comer e nos ofereceu a sua única comida”, lembra, emocionado.
A viagem acabou no início de 2011, depois de 4 anos de aventura. O saldo de tudo isso, diz, aprendi inglês, francês, um pouco de espanhol, e conheci um monte de coisas e de gente que não teria oportunidade, agora já formado.
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