André ‘rapa’ R$ 34 milhões do Fundersul com asfalto em 54 cidades na reta final da eleição
Empenhado na eleição de Simone Tebet (PMDB) para o Senado, o governador ‘agraciou’ mais da metade dos municípios com obras de restauração de vias e pavimentação. Uma das condições impostas às empreiteiras é terminar o trabalho em dois meses
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Empenhado na eleição de Simone Tebet (PMDB) para o Senado, o governador ‘agraciou’ mais da metade dos municípios com obras de restauração de vias e pavimentação. Uma das condições impostas às empreiteiras é terminar o trabalho em dois meses
O governo do Estado usou apenas nos dois meses antes das eleições R$ 34.653.717,66 do caixa do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul). O dinheiro foi usado para restauração asfáltica e pavimentação de 54 cidades do interior do Estado.
De acordo com levantamento feito pelo Jornal Midiamax do dia 1º de agosto ao dia 1º de outubro, são 54 tomadas de preços e contratos para a conservação e restauração de ruas do interior. O dinheiro usado representa 92% de todo o recurso arrecadado pelo Fundersul em agosto deste ano, que é de R$ 37.497.895,09, segundo dados do Portal da Transparência de Mato Grosso do Sul.
Empenhado publicamente na eleição da candidata peemedebista ao Senado, Simone Tebet, o governador não comentou sobre suposto viés eleitoreiro das obras com recursos do Fundersul, que é bancado pela classe produtora sul-mato-grossense. “Vou deixar bem pouco dinheiro em caixa e executar com o que nós arrecadamos”, observou Puccinelli.
O recurso é arrecadado no Estado para manutenção de estradas, mas o que causa estranhamento é o curto prazo de execução das obras, em até 60 dias, conforme os contratos. Todos devem ser finalizados antes do término da gestão de André Puccinelli (PMDB).
As cidades beneficiadas até o momento são Laguna Carapã, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Bataguassu, Paranaíba, Anastácio, Fátima do Sul, Sete Quedas, Sidrolândia, Aral Moreira, Aquidauana, Paraíso das Águas, Itaquiraí, Douradina, Bodoquena, Terenos, Coxim, Batayporã, Paranhos, Itaporã, Jateí, Coronel Sapucaia, Amambai, Anaurilândia, Rio Brilhante, Camapuã, São Gabriel do Oeste, Novo Horizonte do Sul, Vicentina, Sonora, Bela Vista, Figueirão, Jardim, Brasilândia, Miranda, Jaraguari, Rochedo, Cassilândia, Selvíria, Tacuru, Taquarussu, Glória de Dourados, Juti, Rio Verde de Mato Grosso, Corguinho, Guia Lopes da Laguna, Deodápolis, Ponta Porã, Brasilândia, Eldorado, Três Lagoas, Caracol, Alcinópolis e Angélica.
Realizarão o serviço apenas 19 empreiteiras: RMW Empreendimentos, Provias Engenharia, Equipe Engenharia, Construtora Alvoarada, Enerpav GS, TS Construtora, Maracaju Engenharia, Avance Construtora, Construtora Roncone, Trento Soluções em Engenharia, Nautilus Engenharia, Transenge Engenharia e Construções, GMB Engenharia, TDC Engenharia, Construtora Jupiá, Traço Engenharia, Opção Engenharia, Construtorta Rial e Pacto Engenharia.
Planos
Os três candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul com maiores pontuações nas pesquisas têm planos para o Fundersul. Delcídio do Amaral (PT) já comentou que defende a descentralização do recurso. Para ele, as prefeituras precisam poder opinar sobre a forma de uso do recurso, seja comprando equipamentos ou investindo na reestruturação e manutenção das vias.
Para o candidato Reinaldo Azambuja (PSDB), é preciso mudar o critério de distribuição do recurso, passando do que leva em consideração o perfil econômico para o tamanho da malha viária de cada município.
Nelson Trad Filho (PMDB) disse que vai utilizar recursos do Fundersul para arrumar as estradas vicinais no interior do Estado.
Arrecadação
No ano passado, o governo anunciou que R$ 266,3 milhões do Fundo foram aprovados para este ano, 25% do valor, R$ 66,5 milhões, seriam repassados ao longo do ano para os 79 municípios. Até agosto, segundo dados do governo, Mato Grosso do Sul arrecadou R$ 272.055.665,54 com o Fundo.
A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), que ficaria com R$ 199,7 milhões do recurso, utilizaria R$ 50 milhões para a pavimentação asfáltica e implantação de rodovias e R$ 72.632.500,00 estavam previstos para a restauração e conservação de estradas.
Outros R$ 55 milhões seriam destinados à manutenção de rodovias não pavimentadas e pontes; R$ 3,5 milhões para contrapartidas; R$ 1 milhão para apoio técnico para fiscalização e controle de qualidade. Do total, R$ 3 milhões para projetos executivos, R$ 14 milhões para manutenção de equipamentos e equipes de trabalho e R$ 600 mil para despesas de exercícios anteriores.
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