Agricultor de Terenos faz obras de arte com sucata e expõe peças em mostra na frente de casa

Tudo que ele toca vira arte. Seja nas plantações da família que o pequeno agricultor Bartolo Pereira de Souza, 33 anos, ou Eli Bartolo, ajuda a cuidar, ou nas sucatas que em suas mãos viram verdadeiras peças para exposição. Feitos de latas de sardinha, de tinta, geladeiras e fogão velho, não importa se a sucata […]

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Tudo que ele toca vira arte. Seja nas plantações da família que o pequeno agricultor Bartolo Pereira de Souza, 33 anos, ou Eli Bartolo, ajuda a cuidar, ou nas sucatas que em suas mãos viram verdadeiras peças para exposição. Feitos de latas de sardinha, de tinta, geladeiras e fogão velho, não importa se a sucata é grande ou pequena, todas terão o mesmo fim: alguma peça surpreendente que poderá ser vista na pequena mostra que ele mantém em frente de sua casa.

Pode ser uma locomotiva completa ou apenas uma casinha para o cachorro toda estilizada. Eli Bartolo conta que gosta mesmo é de criar. Ele pega o material e vai fazendo conforme as ideias vêm na cabeça. Nada é planejado ou pré-meditado. Simplesmente surgem. “Fiz uns trens aqui, um aviãozinho. Trabalho tudo quanto é tipo de sucata. Lata de sardinha, de fogão velho, geladeira. Tirei tudo da minha ideia mesmo”, explica com a simplicidade do homem que ainda não entendeu o talento que tem.

Apesar da modéstia, conta orgulhoso que a prefeita da cidade já passou por lá, assim como uma comitiva da ALL (America Latina Logística). “A prefeita veio aqui olhou tudo e gostou. O pessoal da ALL também”, diz.

Além dos visitantes ilustres, os comuns também são bem vindos. Para que todos possam ver seu trabalho Eli deixa as peças em uma exposição aberta em frente a sua casa. Ele revela que muita gente para e tira fotografia. “O pessoal acha bonito e tira foto”, pontua.

O Trem do Pantanal, obra que ele fez para lembrar as viagens que fazia para Ponta Porã, é a preferida dos visitantes. Ele explica que gosta de todos os trabalhos, mas o trem é especial por lhe trazer muitas lembranças. “É como um acervo histórico que tenho aqui”, explica.

Apesar da aprovação do público, ele não pensou em ganhar dinheiro com isso. Explica que não tem material o suficiente para produzir para venda, nem apoio para a produção. Por isso, segue vendendo mandioca e outras raízes e verduras que planta na pequena propriedade da família.

Nas horas vagas, além das esculturas se dedica ao desenho, outra paixão, e a música na igreja. Evangélico, conta que toca zabumba, instrumento feito por ele mesmo. Afinal, talento Deus lhe deu de sobra.

As peças ficam expostas no quintal da casa dele, que fica próxima à antiga estação ferroviária da Noroeste do Brasil (NOB) em Terenos, cidade distante 28 km de Campo Grande.

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