Acordo consegue reduzir mais de 1,2 mil tonelada de sódio em três alimentos

De 2011 para 2012, as indústrias de alimento conseguiram retirar 1.295 toneladas de sódio das bisnaguinhas, dos pães de forma e dos macarrões instantâneos. Esse foi o resultado de acordo entre o Ministério da Saúde e a Abia (Associação das Indústrias da Alimentação), que prevê queda de 1,8 mil tonelada dessa substância até o fim […]

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De 2011 para 2012, as indústrias de alimento conseguiram retirar 1.295 toneladas de sódio das bisnaguinhas, dos pães de forma e dos macarrões instantâneos. Esse foi o resultado de acordo entre o Ministério da Saúde e a Abia (Associação das Indústrias da Alimentação), que prevê queda de 1,8 mil tonelada dessa substância até o fim de 2014, na produção.

De acordo com a diretora de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, no período, houve redução de quase 11% no sódio da bisnaguinha e do pão de forma, e de mais de 15% no do macarrão instantâneo.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chiroro, a redução é satisfatória para um primeiro ano de acordo. “Com apenas três tipos de alimentos, já conseguimos retirar mais de 1,2 mil tonelada de sódio das prateleiras. Com os quatro acordos, esperamos chegar a 28 mil toneladas em 2020 e, com isso, reduzir as mortes por acidentes vasculares cerebrais em 15% e os óbitos por infarto em 10%.”

A medida é uma forma de alertar a população para a importância de reduzir o sal na alimentação. A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que o ideal é consumir no máximo 5 gramas de sal por dia, porém, o consumo do brasileiro chega a 12 gramas diários.

Apesar disso, a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2013 revela que 48% dos brasileiros acham que o nível de consumo de sal é médio, e pouco mais de 15% consideram-no alto ou muito alto.

“Quase metade da população acredita estar consumindo a quantidade ideal. No entanto, sabemos que isso não é verdade. Nosso consumo ainda está muito acima do recomendado pela OMS. Esses acordos de redução do sal são importantes, porque ajudam a diminuir a quantidade ingerida justamente nos itens em que o consumidor não percebe, nos alimentos processados. Por isso, é importante que a população atente para a quantidade registrada nos rótulos e faça a comparação entre as marcas”, destacou o ministro.

Para a diretora do ministério, o excesso de sal na alimentação do brasileiro é uma questão de costume. ”Culturalmente o brasileiro não tem noção da quantidade de sal que deve ser colocada no alimento. Além de termos um paladar salgado, não olhamos o rótulo dos alimentos.”

Segundo o Ministério da Saúde, o consumo exagerado de sal está relacionado ao aumento no risco de doenças crônicas, como hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças renais. As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 63% das mortes no mundo e 72% no Brasil.

Os acordos de redução de sódio em alimentos industrializados fazem parte de uma série de ações para reduzir em 25% a mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis até 2022. “No longo prazo, teremos efeitos mais claros, mas as pessoas já se beneficiam imediatamente da redução do sal nos alimentos”, ressaltou Deborah.

Ao todo, são quatro acordos de cooperação entre Ministério da Saúde e Abia para a redução de sódio nos alimentos industrializados. Eles contemplam 16 categorias de alimentos, representando 90% dos itens industrializados. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar de 2008 mostram que 28% do que vai à boca do brasileiro são alimentos industrializados. No último acordo assinado no final do ano passado, laticínios, embutidos e sopas prontas foram contemplados com a redução de sódio.

As análises do Ministério da Saúde mostram também que não só as empresas que aderiram ao acordo reduziram o teor de sódio. “Encontramos redução semelhante nos outros produtos mostrando que a tendência acabou tomando o mercado como um todo”, observou débora.

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