Zé do Caixão comemora 50 anos e roga praga em festa na Augusta
José Mojica Marins, 77, comemora os 50 anos do célebre personagem Zé do Caixão nesta quarta-feira (13), na Blitz Haus (centro de São Paulo). A casa da rua Augusta vai abrigar decoração especial para o evento: caixões, velas e bonecas ensanguentadas espalhadas pelo lugar. “Quem está preparando é minha filha. Para mim, vai ser um […]
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José Mojica Marins, 77, comemora os 50 anos do célebre personagem Zé do Caixão nesta quarta-feira (13), na Blitz Haus (centro de São Paulo). A casa da rua Augusta vai abrigar decoração especial para o evento: caixões, velas e bonecas ensanguentadas espalhadas pelo lugar. “Quem está preparando é minha filha. Para mim, vai ser um pouco surpresa”, conta o cineasta ao “Guia”.
De acordo com Mojica, sua filha Liz Marins –ou Liz Vamp– quer que ele faça performances e rogue pragas no público. “Não tenho nada bolado, gosto do improviso. Vou ver as pessoas e o ambiente e decidir as pragas na hora”, brinca.
Um ambiente está destinado a convidados, enquanto outros dois ficam abertos ao público. “Tanto na vitrine da casa –composta por televisores antigos– como nos três telões vão ser exibidos os longas de Zé do Caixão”, adianta Eduardo Gavarron, gerente do local.
Clássicos do cineasta dão nome a drinques da noite: “À Meia-Noite Levarei Sua Alma” (rum, curaçao blue), “Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (Jack Daniels, Jägermeister limão e Coca-Cola) e “Encarnação do Demônio” (gim, curaçao red, licor de tangerina, limão, Citrus) fazem parte da carta.
“Pediram minhas ideias e sugeri um que eu gostava muito: creme de ovo, Campari e licor de menta”, afirma Mojica. De acordo com ele, essa era uma bebida que tomava com André Barcinski, jornalista que, ao lado de Ivan Finotti (editor da sãopaulo), lançou a biografia “Maldito – A Vida e o Cinema de José Mojica Marins” (1998).
Para animar a pista, os DJs investem no rock e em músicas com pegada mais gótica. Mojica gostaria de ouvir uma canção durante a noite, de cujo nome não se lembra: “Adeus, amor/ Eu vou partir/ Ouço ao longe um clarim!…”. Trata-se da “Valsa da Despedida”, interpretada por Francisco Petrônio e composta por João de Barro. “Já até falei que quando eu morrer quero que cantem essa música junto ao meu túmulo”, diz o paulistano, nascido na Vila Mariana (zona sul) e criado na Vila Anastácia (zona oeste).
O PERSONAGEM
Zé do Caixão, o principal personagem de José Mojica Marins, nasceu em 1963, a partir de pesadelos. O cineasta conta que durante as noites de sono via uma pessoa de preto, que o arrastava e desejava mostrar sua data de morte.
“Eu morava nos fundos de um cinema, ficava vendo fitas realmente proibidas, fitas de terror. E tudo isso mexia muito com a minha cabeça. Percebia que a mulherada pulava no colo do namorado com as cenas de terror. Então pensei: ‘o negócio é o terror, a coisa na qual tenho que me jogar’”, elucida.
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