Vaticano diz que presença dos cardeais no conclave é obrigação

O Vaticano disse hoje (22) que a presença dos cardeais no conclave para eleger um novo papa é uma obrigação absoluta, após várias associações contestarem a presença em Roma de cardeais envolvidos em escândalos de pedofilia. “É um dever, um ministério conferido aos cardeais. Sob nenhum pretexto eles podem faltar”, disse o porta-voz da Santa […]

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O Vaticano disse hoje (22) que a presença dos cardeais no conclave para eleger um novo papa é uma obrigação absoluta, após várias associações contestarem a presença em Roma de cardeais envolvidos em escândalos de pedofilia. “É um dever, um ministério conferido aos cardeais. Sob nenhum pretexto eles podem faltar”, disse o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, durante um encontro com a imprensa.

Em vários países, como Estados Unidos, Bélgica e Irlanda, associações de antigas vítimas de padres pedófilos, que acusam a hierarquia da Igreja Católica encobrir os alegados abusos, contestam a presença de alguns cardeais no conclave e defendem a ausência deles no colégio de votação, que irá eleger o sucessor do papa Bento XVI.

O principal alvo da contestação é o cardeal e ex-arcebispo de Los Angeles Roger Mahony, de 76 anos, acusado de ter encoberto centenas de acusações de abuso sexual de crianças e adolescentes ao longo de várias décadas.

O cardeal Mahony foi exonerado de “qualquer responsabilidade administrativa ou pública” pelo seu sucessor na arquidiocese de Los Angeles, o arcebispo Jose Gomez, que divulgou no início deste mês, por ordem judicial, milhares de páginas de documentos confidenciais sobre os cerca de 120 padres alegadamente envolvidos em casos de pedofilia.

A contestação também abrange outros participantes do conclave, como é o caso do antigo arcebispo da Filadélfia Justin Francis Rigali, do cardeal belga Godfried Danneels e do cardeal irlandês Sean Brady.

O colégio dos eleitores do conclave é formado por 117 cardeais com menos de 80 anos. Alguns devem estar ausentes por motivos de saúde. “A aceitação dos motivos da ausência depende da congregação dos cardeais”, que se reunirá antes do conclave, após a oficialização da renúncia do papa, prevista para 28 de fevereiro, explicou Lombardi.

Questionado sobre a previsível ausência de Julius Riyadi Darmaatmadja, arcebispo emérito de Jacarta, o porta-voz do Vaticano reconheceu que provavelmente o cardeal não irá comparecer “por motivos de saúde”, que geralmente são considerados como válidos. Segundo a revista italiana Panorama, outro cardeal, o egípcio Antonius Naguib, também poderá alegar motivos de saúde e faltar ao conclave.

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