Traficante diz que facções criminosas se infiltraram em protestos de rua

Membros das principais facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo teriam se infiltrado em protestos populares para minar projetos de governo, segundo publicou nesta quarta o jornal O Dia. A suspeita é de que os criminosos tenham tentado prejudicar o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), que desde 2008 retoma territórios […]

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Membros das principais facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo teriam se infiltrado em protestos populares para minar projetos de governo, segundo publicou nesta quarta o jornal O Dia. A suspeita é de que os criminosos tenham tentado prejudicar o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), que desde 2008 retoma territórios em favelas da capital fluminense. As facções também influenciaram passeatas contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) e atacaram a tiros o Desafio da Paz, corrida de rua ocorrida em maio, no Complexo do Alemão.

Um suposto acordo entre o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) foi revelado pelo traficante Rodrigo Prudêncio Barbosa, o Gordinho, à Divisão de Homicídios (DH) e à Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) em depoimento dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó e publicadas no fim de semana pela revista Veja.

Gordinho acusou comparsas de se infiltrar nas passeatas contra o governador Sérgio Cabral, ajudando a desestabilizar a administração que criou as UPPs. Segundo ele, “playboys viciados” recebem drogas e os bandidos infiltrados alimentam o vandalismo nos atos.

Ainda segundo o traficante, o ataque no Complexo do Alemão, em maio, foi para mostrar aos líderes do CV presos em unidades federais que seria iniciada uma ofensiva contra as UPPs.

Segundo Gordinho, após a implantação das UPPs, os traficantes cariocas ficaram devendo dinheiro ao PCC. Quando a dívida foi paga, o acordo entre as duas fações voltou a ser oficial. Gordinho teria falado sobre as ações das facções por estar “marcado para morrer”. Com o depoimento, ele recebeu proteção e trocou de presídio.

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