Trabalhadores bolivianos fecham fronteira em luta por aposentadoria integral

Setores organizados de trabalhadores de diversas áreas da Bolívia, entre eles da Saúde e da Educação, fecharam por período determinado nesta terça-feira (14), a fronteira entre Brasil e Bolívia, na cidade de Puerto Quijarro. A mobilização acontece em todo o país, onde os trabalhadores buscam acordo com o Governo Federal para o recebimento de aposentadoria […]

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Setores organizados de trabalhadores de diversas áreas da Bolívia, entre eles da Saúde e da Educação, fecharam por período determinado nesta terça-feira (14), a fronteira entre Brasil e Bolívia, na cidade de Puerto Quijarro. A mobilização acontece em todo o país, onde os trabalhadores buscam acordo com o Governo Federal para o recebimento de aposentadoria com o valor integral da contribuição previdenciária.

Segundo os manifestantes, o Governo implantou uma lei que determina apenas 40% desse valor para as classes trabalhadoras, enquanto mantém a taxa integral, por exemplo, aos militares. “Onde há nosso dinheiro de contribuição de 35 anos com o Governo Boliviano? Há um acordo para 40 ou 50% e nós queremos começar a pensar em 85%. Vamos seguir na luta até que o Governo nos escute”, declarou Lucio Tejerino, representante da Central Obrera Regional, filiada a COB (Central Obrera Boliviana), entidade que equivale a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Brasil.

Ele esclarece que essa lei foi aprovada sem o consenso da maioria dos bolivianos e por isso os trabalhadores pedem uma revisão em seu texto. O movimento já vem causando paralisações e confrontos entre trabalhadores e forças de segurança em toda a Bolívia desde a semana passada.

Na fronteira, os professores, tanto da área urbana como rural, estão sem ministrar aulas há cerca de uma semana. Na Saúde, apenas atendimentos considerados de emergência estão sendo realizados.

“Queremos e estamos exigindo uma aposentadoria digna com 100% de nosso salário. Sabemos que nosso salário no Magistério é muito baixo e por isso fazemos esse pedido ao Governo Central, que revise a lei 065 que foi aprovada anteriormente. Esta é a nossa justa reclamação”, disse ao Diário o professor Luis Carlos Gil Aguillar.

Ele declarou que, em média, o salário de um professor na Bolívia gira em torno de 2 mil bolivianos, o que na moeda brasileira, equivale a R$ 576,40, conforme câmbio atual do Banco Central. Segundo o representante dos trabalhadores em Educação, somente na região de fronteira são 300 professores nessas condições.

As vias de acesso para a capital do estado de Santa Cruz, a cidade de Santa Cruz de La Sierra, estão fechadas. E para ingressar em terras bolivianas pela fronteira com Corumbá, somente se for a pé. Veículos, principalmente caminhões que se destinam ao comércio de importação e exportação de produtos diversos, são barrados e formam uma fila tanto do lado boliviano como brasileiro. Entretanto, o fechamento da fronteira tem horário definido, ou seja, ocorre em apenas um período do dia.

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