Suspensão do Ladetec causa dor de cabeça à Fifa
A suspensão do credenciamento do laboratório antidoping do Rio de Janeiro (Ladetec) a poucos meses da Copa do Mundo do Brasil-2014 deu mais um motivo de preocupação à Fifa, que precisará enviar os exames à Suíça. O laboratório carioca, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve seu credenciamento suspenso pela Agência Mundia […]
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A suspensão do credenciamento do laboratório antidoping do Rio de Janeiro (Ladetec) a poucos meses da Copa do Mundo do Brasil-2014 deu mais um motivo de preocupação à Fifa, que precisará enviar os exames à Suíça.
O laboratório carioca, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve seu credenciamento suspenso pela Agência Mundia Antidoping (AMA) em agosto.
“Trata-se de um grande desafio, porque, pela primeira vez, não teremos um laboratório antidoping em um país-sede da Copa do Mundo, afirmou na sexta-feira o diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, em palestra sobre doping realizada em Zurique.
Depois desta declaração, ele olhou para seu vizinho, David Howman, diretor-geral da AMA, que também participou da mesa redonda, e disparou: obviamente, não estamos nada contentes com isso”.
No meio do mês de novembro, a AMA confirmou que o Ladetec não teria condições de obter o recredenciamento antes da Copa do Mundo, que será disputada no Brasil de 12 de junho a 13 de julho.
“Isso é realmente inconcebível, para um país que organiza uma Copa do Mundo e dois anos depois sediará os Jogos Olímpicos, criticou em entrevista à AFP Michel D’Hooghe, presidente da comissão médica da Fifa.
A entidade acabou optando por enviar as amostras ao laboratório de Lausanne, na Suíça, com o qual trabalha regularmente, assim como o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Problema de logística e custo A Fifa terá que enfrentar um verdadeiro desafio logístico, mantendo os recipientes em uma temperatura entre 4 e 8 graus durante a viagem, sendo que a análise precisa ser feita até 36 horas depois do material ser colhido.
“Enfrentaremos problemas logísticos e financeiros. Isso vai custar muito dinheiro, já tenho até um número em mente”, explicou Michel D’Hoogue, que não quis revelar sua previsão.
“Será muito complicado levar as amostras até o laboratório. Elas terão que circular de Fortaleza até o Rio, por exemplo, do Rio até Zurique, e só então de Zurique até Lausanne”, acrescentou o médico belga.
Em 13 de novembro, Jiri Dvorak revelou que pretendia cobrar parte dos gastos extras ao governo brasileiro.
“Vamos negociar com o governo brasileiro para que possa contribuir, porque o que aconteceu não é culpa da Fifa”, declarou o dirigente durante a Conferência Mundial sobre Doping realizada em Johannesburgo, na África do Sul.
O COI também corre o risco de enfrentar uma situação semelhante, não necessariamente para os Jogos do Rio-2016 (a previsão é de que o Ladetec seja recredenciado em 2015), mas para os Jogos de Inverno de Sochi, em fevereiro de 2014.
A AMA deu ao laboratório de Moscou até domingo para contratar peritos independentes para resolver pendências. Se isso não acontecer, seu credenciamento será retirado por seis meses.
Michel D’Hoogue diz ter pedido a AMA que o Ladetec seja tratado da mesma maneira, mas enquanto Moscou levou um cartão amarelo, o Rio teve o vermelho direto.
O laboratório carioca já havia sido advertido uma primeira vez em 2012 por não satisfazer as exigências de qualidade, por isso a nova sanção levou à suspensão automática do credenciamento.
David Howman explicou que o caso de Moscou trata-se de uma “suspensão condicional”.
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