Sociólogo relata sequestro e ameaça após declarações a jornal sobre ação da PM do Rio
Um dia após conceder entrevista ao jornal “O Globo”, na qual criticou a ação de PMs e apontando grupos que atuam com violência nos protestos, o sociólogo Paulo Baía afirmou ter sido vítima de um sequestro-relâmpago nessa sexta-feira (19) quando chegava ao Aterro do Flamengo, zona sul do Rio, para uma caminhada. De acordo com […]
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Um dia após conceder entrevista ao jornal “O Globo”, na qual criticou a ação de PMs e apontando grupos que atuam com violência nos protestos, o sociólogo Paulo Baía afirmou ter sido vítima de um sequestro-relâmpago nessa sexta-feira (19) quando chegava ao Aterro do Flamengo, zona sul do Rio, para uma caminhada.
De acordo com Baía, os homens o alertaram para não conceder mais entrevistas falando da Polícia Militar. “Quando eu saí da passagem subterrânea na praia do Flamengo, dois caras armados grudaram do meu lado, mostraram as armas e me falaram apenas ‘me segue’. Nisso, encostou um carro Nissan preto 4 portas com vidro fumê”, disse.
Baía contou que os homens falaram poucas palavras, mas foram objetivos no que disseram. “Não dê mais entrevistas como a do jornal. Não fale mais sobre a PM do Rio. Se o fizer, será a última entrevista que você dará na vida. O recado está dado. Disseram apenas isso”, relatou.
Em seguida, o sociólogo teria sido deixado pelos três homens em frente à Biblioteca Nacional, no centro do Rio. Ainda na sexta-feira, o sociólogo se reuniu com a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, e com o procurador-geral do Ministério Público, Marfan Vieira, que prometeram empenho nas investigações.
Apesar das ameaças, Baía disse que não pretende andar com seguranças na cidade. “Julgo que os processos de investigação do MP e da polícia estão me dando segurança, assim como a visibilidade que a mídia está dando sobre o caso. Mas passo a ficar mais alerta”, disse. Na entrevista ao jornal “O Globo”, o sociólogo apontou os grupos que estariam causando destruição na cidade.
Segundo Baía, a primeira linha é formada por militantes de esquerda “que acreditam na violência como meio de revolução”. A segunda, por funkeiros, skinheads, membros de torcidas organizadas, punks e os Black Blocs. E, por último, criminosos ligados ao tráfico de drogas e à milícia, além de bandidos comuns. Contudo, ele rejeita o termo ‘vândalos’. “Estão todos se manifestando.”
O sociólogo disse que espera as investigações da polícia e afirma ser incapaz de apontar responsáveis pelas ameaças. “Eram pessoas muito bem treinadas. Eram profissionais, não eram amadores. Mas eu não posso apontar um grupo. A matéria desagradou a muita gente. Desagradou à PM, mas desagradou aos outros grupos também.”
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