Sem estrutura no IML, legista que atende 8 cidades pede demissão

O médico legista de Nova Andradina, Omar Ferreira Miguel pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (10). O órgão é o único que atende Nova Andradina e mais 7 cidades do Vale do Ivinhema. O pedido foi encaminhado à Coordenadora da URPI de Nova Andradina que posteriormente será encaminhada para URPI de Campo Grande. Apurado pela […]

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O médico legista de Nova Andradina, Omar Ferreira Miguel pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (10). O órgão é o único que atende Nova Andradina e mais 7 cidades do Vale do Ivinhema. O pedido foi encaminhado à Coordenadora da URPI de Nova Andradina que posteriormente será encaminhada para URPI de Campo Grande.

Apurado pela reportagem do Jornal da Nova, Dr. Omar solicitou a demissão do quadro de peritos oficiais forenses da Polícia Civil, porque como único perito, está havendo sobrecarga de trabalha.

Segundo ele, o perito oficial forense não se destina a realização de exames necroscópicos de SVO – Serviço de Verificação de Óbito, conforme regulamentação legal do Estado de Mato Grosso do Sul, normas do Conselho Federal de Medicina e diversas regulamentações de outros estados da federação e Conselhos Regionais de Medicina.

O servidor chegou a enviar ofícios a Delegacia Regional de Nova Andradina, solicitando que não fossem encaminhados mais corpos para a realização de SVO, mas mesmos com os ofícios, os corpos ainda estavam vindo periodicamente.

O SVO é um serviço de avaliação da causa da morte desconhecida ou duvidosa com o objetivo de fornecer elucidação diagnóstica e informações complementares para o serviço de epidemiologia e políticas de saúde pública em geral.

O SVO tem a finalidade de investigar as causas de óbito por morte natural, diferente do serviço mais conhecido que é o IML – Instituto Médico Legal (que investiga mortes violentas e/ou acidentais, por afogamento, estrangulamento, por armas de fogo, arma branca, queimaduras, eletricidade, homicídio, suicídio e suspeitas de envenenamento ou outros interesses da Justiça que demandem investigações profissionais).

Além disso, Omar também se revolta com a atual situação que se encontra a estrutura física do IML – Instituto Médico Legal, onde desde infiltrações nas paredes, encanamentos, parte elétrica, mobílias, aparelhos e instrumentos de trabalhos, estão todos sucateados, sendo que ele já tinha oficiado ao Estado, mas até o momento nada foi resolvido.

“Aqui trabalhamos com o que temos, luvas cirúrgicas ganhamos de funerárias, máquina digital é minha, carimbos foi eu que paguei para confeccionar, não temos materiais de limpeza, não temos faxineiras, isso tudo está precário, sem condições de trabalhar, passei no concurso para exercer a profissão, mas desse jeito não consigo fazer tudo que pedem”, reclama Dr. Omar, dizendo que não tem preguiça de trabalhar, mas do jeito que a estrutura física se encontra e com o sobre carregamento de corpos SVO, ele disse que impossível desenvolver o trabalho.

O médico está decidido com sua demissão, “se realmente não ficar nas promessas, posso rever a situação, mas se ficar somente em conversa, tô fora”, disse Dr. Omar.

No IML, as mobílias estão aos pedaços, outras partes enferrujadas, geladeira de corpos não funciona, no foco cirúrgico a iluminação também não funciona. A sala onde são analisados casos de estupros entre outros exames, está com a maca enferrujada, sem iluminação adequada, sem lençóis, papéis higiênicos a janela não fecha e os vidros estão quebrados.

“Fica aqui exposta a importância da conscientização da população sobre o Serviço de Verificação de Óbito. É fundamental para a comunidade, pois causa um impacto positivo na saúde e na proteção social. A partir da informação correta da causa da morte, os serviços de saúde terão subsídios para implementação de políticas de saúde pública e melhorias na organização dos seus serviços, aumentando a eficiência da Vigilância Epidemiológica com ênfase nas ações de combate e controle das doenças que ameaçam a vida”, finaliza o Médico Legista.

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