Rússia acusa brasileira e outros membros do Greenpeace de pirataria

Autoridades russas acusaram nesta quarta-feira ativistas do Greenpeace de diversas nacionalidades, incluindo uma brasileira, de pirataria, devido a um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico realizado em uma plataforma da estatal russa Gazprom, informou o grupo ambientalista. Considerada absurda pelo Greenpeace, a acusação por crime de pirataria pode levar a até 15 an…

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Autoridades russas acusaram nesta quarta-feira ativistas do Greenpeace de diversas nacionalidades, incluindo uma brasileira, de pirataria, devido a um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico realizado em uma plataforma da estatal russa Gazprom, informou o grupo ambientalista.

Considerada absurda pelo Greenpeace, a acusação por crime de pirataria pode levar a até 15 anos de prisão.

Uma comissão federal de investigação russa disse que as autoridades já começaram a acusar formalmente as 30 pessoas detidas após o protesto no mês passado, no qual o barco do Greenpeace se aproximou da plataforma e dois ativistas tentaram invadir o local, considerado crucial nos esforços da Rússia para extrair recursos minerais no Ártico.

A ambientalista brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, o russo Roman Dolgov, o finlandês Sini Saarela, o cinegrafisa inglês Kieron Bryan e Dima Litvinov, uma ativista com nacionalidades sueca e dos EUA, foram os cinco primeiros acusados.

A embaixada do Brasil em Moscou foi orientada pelo chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, a emitir uma “carta de garantia” para que Ana Paula possa aguardar o julgamento em liberdade, informou o Itamaraty na terça-feira por meio de nota.

“É uma acusação extrema e desproporcional”, disse o diretor-executivo internacional do Greenpeace, Kumi Naidoo.

“Uma acusação de pirataria está sendo feita contra homens e mulheres cujo único crime é estar munidos de consciência. Isso é um ultraje e representa nada mais do que um ataque contra o próprio princípio de manifestação pacífica.”

Uma corte na cidade de Murmansk, no norte da Rússia, ordenou que todas as 30 pessoas de 18 países que estavam a bordo do navio quebra-gelo do Greenpeace Artict Sunrise fossem mantidas sob custódia por dois meses enquanto investigações eram feitas.

O grupo ambientalista afirma que o protesto foi pacífico e não representou nenhuma ameaça, e que a acusação de pirataria não encontra nenhum embasamento em leis russas ou internacionais.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse na semana passada que os manifestantes claramente não era piratas, mas haviam violado legislação internacional.

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