Renúncia de Diego Costa provoca mal-estar na CBF

A polêmica em torno do atacante do Atlético de Madri, Diego Costa, envolvendo as seleções de Brasil e Espanha terminou nesta terça-feira com um desfecho que desagradou a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e causou mal-estar para a comissão técnica brasileira. Depois de ter sido pré-convocado ‘às pressas’ pelo técnico Luiz Felipe Scolari na última […]

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A polêmica em torno do atacante do Atlético de Madri, Diego Costa, envolvendo as seleções de Brasil e Espanha terminou nesta terça-feira com um desfecho que desagradou a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e causou mal-estar para a comissão técnica brasileira.

Depois de ter sido pré-convocado ‘às pressas’ pelo técnico Luiz Felipe Scolari na última sexta-feira para os amistosos contra Honduras e Chile, Diego Costa, que possui passaporte espanhol (documento que possibilita que ele jogue pela Espanha) finalmente oficializou publicamente seu desejo de vestir a camisa espanhola.

A informação chegou à CBF em um evento do Comitê Organizador Local (COL) da Copa realizado em São Paulo. Nele, estavam presentes o presidente do COL e também da CBF, José Maria Marin, além do coordenador técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira.

Questionados sobre o assunto em entrevista, Marin e Parreira demonstraram um certo desconforto e chegaram a entrar em contradição nas respostas sobre o assunto.

A princípio, o presidente da CBF insistiu que, mesmo com a negativa de Diego Costa, o Brasil seguiria tentando ‘até a última instância’ ter o jogador na Seleção. Parreira foi mais enfático, e deu o assunto por encerrado.

‘Existe um processo que é democrático. Eu fui favorável a ele jogar pela Seleção. Mas agora que ele disse isso, eu não o traria. O processo se esgotou, ninguém pode nos acusar de omissão. Está encerrado, vai prevalecer a opinião do jogador’, afirmou o coordenador técnico da Seleção.

Artilheiro

Aos 24 anos, Diego Costa ganhou status de artilheiro no Atlético de Madri, e é o maior goleador da atual temporada do Campeonato Espanhol – 11 gols em 10 jogos, à frente até mesmo de Lionel Messi, do Barcelona, e Cristiano Ronaldo, do Real Madrid.

Em destaque na Espanha, o jogador chamou a atenção da seleção local e foi bastante sondado para defender as cores espanholas na Copa do Mundo, já que, pela Seleção Brasileira, ele ainda não havia disputado nenhuma partida oficial.

O atacante só havia sido chamado para os amistosos contra Rússia e Itália no início do ano, quando atuou cerca de 30 minutos com a camisa verde-amarela.

Com o interesse espanhol, Felipão tentou encerrar a polêmica pré-convocando Diego Costa para os próximos amistosos, mas recebeu nesta terça-feira a notícia de que o atacante já havia comunicado à Federação Espanhola sua decisão de vestir a camisa da ‘Fúria’.

De acordo com a imprensa espanhola, Diego Costa teria tomado a decisão após ter sido deixado de fora de seguidas convocações da Seleção Brasileira, inclusive para a disputa da Copa das Confederações, em junho.

‘Sonho de milhões’

Após o anúncio da Federação Espanhola, o treinador brasileiro desconvocou o jogador do Atlético de Madri para os próximos amistosos e não escondeu sua indignação.

‘Um jogador brasileiro que se recusa a vestir a camisa da Seleção Brasileira e a disputar uma Copa do Mundo no seu país só pode estar automaticamente desconvocado’, afirmou Felipão ao site da CBF.

‘Ele está dando as costas para um sonho de milhões, o de representar a nossa Seleção pentacampeã em uma Copa do Mundo no Brasil’, disse.

De acordo com o discurso de Felipão e Parreira, a Seleção desistiu de vez de contar com Diego Costa na equipe para o Mundial do ano que vem.

Mas, durante o evento em São Paulo, José Maria Marin insistiu que ainda consultará o departamento jurídico da CBF para saber como proceder – seja para conseguir que o atacante defenda as cores do Brasil ou para tentar impedi-lo de vestir a camisa da Espanha.

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